No apoio social os sorrisos das crianças valem mais do que os números
Santana Lopes visitou centro de acolhimento em Aveiras de Cima para conhecer o trabalho da Casa do Pombal “A Mãe”, que alberga 17 crianças e jovens em risco.
O antigo primeiro-ministro e líder do partido Aliança, Pedro Santana Lopes, escolheu a Casa do Pombal “A Mãe”, em Aveiras de Cima, concelho de Azambuja, para arrancar o programa temático daquele partido que o irá levar a diversas instituições de solidariedade do país. O político visitou na manhã de terça-feira, 16 de Julho, a Casa do Pombal e ficou a conhecer na pele algumas das histórias de vida complicadas das crianças ali institucionalizadas. A Casa do Pombal é um centro de acolhimento de crianças dos zero aos 12 anos que são vítimas de maus-tratos, abandono, desamparo, exclusão social e que se encontram em situações susceptíveis de colocar em perigo a sua segurança, saúde, educação e formação.
Cada criança tem uma história triste para contar e Santana Lopes ouviu-as quase todas, incluindo a de um rapaz sul-africano que não fala português e que foi deixado pela mãe ao cuidado de uma família que depois o abandonou. O também ex-provedor da Misericórdia de Lisboa brincou com os jovens, jogou à bola, prometeu oferecer uma consola de jogos à casa onde habitam e, no fim, almoçou com toda a equipa.
No mundo do apoio social os sorrisos são muitas vezes mais importantes que os números, confessou o anfitrião, padre António Cardoso, ao líder do Aliança. Lembrou ainda que cada criança custa em média seis mil euros por ano à instituição e que os apoios dados pela câmara e pelo Estado, embora existentes, são muito baixos.
Santana Lopes, à margem da visita, defendeu a O MIRANTE a necessidade de uma melhor distribuição das verbas estatais que apoiam estas instituições. “Efectuam uma obra extraordinária e por isso o estado tem obrigação de comparticipar mais”, disse, ao mesmo tempo que considerou notável o trabalho feito na Casa do Pombal.
“Aqui há muitas pessoas que vivem no limiar da pobreza ou abaixo disso. O papel das organizações e da comunidade é essencial. Portugal tem de se convencer que este tipo de organizações existe para apoiar quem precisa”, frisou. Santana Lopes defendeu a criação de um banco nacional de voluntariado e a necessidade do Estado começar a fazer uma distinção em função dos rendimentos na hora dos apoios às famílias. “Não se deve ajudar todos por igual porque há quem não precise e assim conseguia-se apoiar mais quem tem mais dificuldades”, defendeu.