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Represa no rio Sorraia gera polémica
foto DR Construção da barreira teve luz verde da APA a 24 de Junho e ficou concluída na última semana

Represa no rio Sorraia gera polémica

Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira pediu e a Agência Portuguesa do Ambiente aprovou a interrupção temporária do caudal do rio na zona do Porto Alto. Uma forma de garantir água para rega. Entidades dizem que notícias sobre peixes mortos na zona não têm fundamento.

No final da semana passada máquinas de rasto criaram uma barreira de saibro, pedra e terra no rio Sorraia. A represa, perto da foz do rio, a cerca de um quilómetro e meio a montante da ponte do Porto Alto, na freguesia de Samora Correia, foi solicitada pela Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira e aprovada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), mas está a levantar polémica entre os locais e as associações de defesa do ambiente.
De acordo com associações ambientalistas, a obra provocou a morte a milhares de peixes de água doce que ficaram retidos na água salgada das marés – impedidos de subir o rio - e pode vir a ter efeitos desastrosos na biodiversidade do rio e da Reserva Natural do Estuário do Tejo.
Contactado por O MIRANTE, o presidente da Associação de Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, Joaquim Madaleno, refere que são falsas as notícias e as imagens de peixes mortos, reforça que toda a obra é legal, feita com as devidas autorizações e que não entende o porquê da polémica uma vez que é a terceira vez que a associação efectua este tipo de intervenção. No mesmo sentido pronunciou-se a APA, em comunicado divulgado esta terça-feira, 16 de Julho.
Segundo Joaquim Madaleno, em 2005 e em 2012 aconteceu a mesma interrupção do rio. “São situações temporárias que têm a ver com a falta de água”, remata o responsável pela associação à qual compete a gestão do aproveitamento hidroagrícola da zona delimitada a Norte e Poente pelo rio Tejo, a sueste pelo Mar da Pedra, a Leste pelo rio Sorraia e a Nordeste pelo rio do Vau.
O objectivo da associação é contribuir para o melhor desenvolvimento das empresas agrícolas localizadas na sua área de acção, disponibilizando água para rega e garantindo condições de defesa e drenagem que propiciem a máxima qualidade e o menor custo ao funcionamento das empresas ali instaladas.
Construído a montante do rio Almançor, o açude tem por finalidade “permitir que as portas de água existentes a montante não sofram a influência das marés, fornecendo água para rega com reduzidos valores de salinidade”, afirma por sua vez a APA. O comunicado salienta que a interrupção no troço principal do Sorraia em Julho e Agosto ocorre fora da época de migração e de reprodução das espécies piscícolas. Contudo, assegura que caso se verifique a morte de peixes, “o açude será de imediato removido”.

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