O Grupo Desportivo de Samora Correia (GDSC) foi impedido pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de participar no Campeonato Nacional da 2ª divisão de futebol feminino porque não reunia no seu plantel oito jogadoras que estivessem inscritas na FPF há pelo menos duas épocas desportivas, sem interrupção.
A O MIRANTE, o presidente do GDSC, Pedro Falua, explica que no plantel, formado por 19 jogadoras, apenas quatro cumpriam o requisito imposto pela Federação, uma vez que esta equipa se tratava de um projecto pioneiro no concelho de Benavente, sem histórico de outras participações em competições de futebol feminino. Por este motivo, “fez-se um pedido de excepção”, a este ponto do regulamento da competição, “mas foi descartado pela federação”, refere o dirigente.
O clube já veio lamentar, em comunicado, a decisão da Federação, questionando “como é possível a FPF promover junto dos clubes a prática do futebol feminino” e obrigar, em simultâneo, que os clubes que se queiram inscrever pela primeira vez em provas de futebol feminino sejam obrigados a recorrer a jogadoras de outros clubes para cumprir todos os requisitos.
O GD Samora Correia lembra que, na época passada, o grupo treinou de forma afincada para que esta época se pudessem apresentar de forma condigna e preparada no campeonato nacional da II Divisão – já que não há campeonatos distritais - e contactou a FPF no sentido de, antecipadamente, dar a conhecer o projecto do clube, pioneiro no concelho e tentar obter um estatuto de excepção.
Para além de considerar que este ponto do regulamento promove “uma ‘canibalização’ e não um número real” de praticantes, o GD Samora Correia diz não ter capacidade para atrair nem financiar jogadoras de outros clubes fora da região. O dirigente Pedro Falua garante, em declarações a O MIRANTE, que o clube vai “continuar a lutar por um regresso” na época de 2020/2021.