A campanha do tomate, que decorre até ao final do mês, está a ser muito boa e, se o bom tempo se mantiver, poderá ter um rendimento agrícola recorde, afirma João Ortigão Costa, presidente executivo da Sugal Group. O responsável falava aos jornalistas, a 16 de Setembro, numa das fábricas de transformação de tomate do grupo, a Guloso, em Benavente, onde relevou que, apesar dos resultados positivos, não será um ano recorde em termos de produção da fábrica em Portugal.
“Esperamos transformar cerca de 500 mil toneladas em Portugal. Temos a capacidade de transformar 2,4 milhões de toneladas e esperamos fazer à volta de 1,7 milhões de toneladas a nível global entre Portugal, Espanha e Chile. A nível de facturação, em termos de grupo, está na casa dos 280 milhões de euros”, indicou João Ortigão Costa.
O Sugal Group nasceu há 60 anos e transforma tomate fresco em concentrado exportando-o para todo o mundo para fazer molhos e sumos à base deste produto. Actualmente é o segundo maior produtor mundial de derivados de tomate, com duas fábricas em Portugal, na Azambuja e em Benavente, e uma em Sevilha, Espanha. Contudo, foi a expansão para o Chile, em 2012, onde tem duas fábricas, que fez com que se tornasse no único grupo do mundo que consegue trabalhar durante o ano inteiro, apanhando duas campanhas de tomate.
Em Portugal, o tomate é abundante entre Julho e Setembro, o que leva a empresa a recrutar mais cerca de 750 trabalhadores nesta altura do ano, o que motivou o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, a visitar na segunda-feira a fábrica de Benavente.
Apesar dos bons resultados apresentados pela empresa, a Associação Portuguesa de Produtores de Tomate fez, no início de Setembro, um balanço negativo em relação à campanha de tomate no Ribatejo, por estar a ser afectada por doenças que encarecem a produção, reclamando apoios excepcionais ao Governo e à União Europeia.
A Sugal compra tomate a mais de 120 produtores na região, onde também tem havido queixas por parte dos profissionais do concelho de Almeirim, de que os transportadores de tomate estão a ser alvo de caça à multa. O que, segundo o presidente da câmara, Pedro Miguel Ribeiro, está a colocar em causa o funcionamento de algumas fábricas por falta de matéria-prima.
A empresa adiantou que investiu 1,2 milhões de euros em frota própria em Portugal, para diminuir os inconvenientes que podem surgir por serem os produtores a entregar o tomate nas fábricas. Actualmente, a empresa assegura 40% do transporte e tem como objectivo chegar aos 100%.
Portugal é o único país onde a empresa não faz a totalidade da recolha do produto, porque era comum que os produtores tivessem frota própria e entregassem o tomate nas fábricas.