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Mais de metade da população da freguesia de São Pedro de Tomar não tem saneamento básico
Lurdes Ferromau integra os executivos da junta há mais de uma década

Mais de metade da população da freguesia de São Pedro de Tomar não tem saneamento básico

Presidente da junta, Lurdes Ferromau Fernandes, assume posições de oposição ao executivo municipal e defende a sua freguesia que sofre de males como estradas sem condições e falta de saneamento

Lurdes Ferromau Fernandes é presidente da Junta de Freguesia de São Pedro de Tomar desde 2013 mas integra os executivos dessa autarquia há 12 anos. Nunca pensou em enveredar pela política e só depois de a convidarem para integrar uma lista autárquica é que ficou com o bichinho da política. Actualmente é presidente da concelhia do PSD de Tomar. Diz que a falta de saneamento básico é um dos principais problemas da sua freguesia, assim como o acesso à internet, que a população diz ser lento, a deficiente iluminação pública e o mau estado das estradas da freguesia.

A falta de saneamento básico em mais de metade da população de São Pedro de Tomar é um dos principais problemas da freguesia. Apenas existe saneamento em três dos 43 lugares da freguesia. A presidente da junta, Lurdes Ferromau Fernandes (PSD), defende que há lugares como o Coito, Portela, Quinta do Falcão, Quinta da Mata e Fontainhas que possuem aglomerado populacional suficiente para criar saneamento básico. A deficiente iluminação pública, com muitos candeeiros fundidos e a falta de fibra óptica, que torna a internet muito lenta, são outros problemas que a população se queixa.
Há alguns anos que Lurdes Ferromau tem insistido junto da Câmara de Tomar para a necessidade urgente de melhorar as estradas da freguesia, nomeadamente ao nível do alcatroamento e sinalização. A freguesia de São Pedro é uma das maiores do concelho de Tomar com cerca de 36 quilómetros quadrados e aproximadamente 3.100 habitantes. “Somos uma boa freguesia, temos várias pessoas que se têm fixado cá porque é perto da cidade e temos boas respostas ao nível da educação, da terceira idade e da saúde. Precisávamos resolver as carências com que nos debatemos para evoluirmos”, considera.
Como acontece em muitas freguesias rurais do interior do país, também São Pedro sofre de insegurança com alguns assaltos sobretudo junto da população mais idosa. “Há episódios de pessoas burladas. Existem poucos efectivos da GNR. Estamos completamente desprotegidos porque as nossas forças de segurança não têm capacidade de resposta”, reconhece.
Recentemente a freguesia debateu-se com o problema de falta de médico de família quando o clínico de serviço ficou doente. Mais de 1.500 pessoas, a maioria idosos, ficaram sem acesso a cuidados de saúde e foram encaminhados para outras extensões de saúde do concelho. Entretanto, o Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo colocou, provisoriamente, um novo médico a substituir o anterior. “O ideal é que este médico fique definitivamente porque não queremos correr o risco de voltar a ficar sem médico”, explica Lurdes Ferromau, acrescentando que o concelho de Tomar deveria apostar na comparticipação financeira aos médicos para que estes se fixem nos meios rurais.

Há falta de estacionamento em Tomar
Para Lurdes Ferromau a desertificação que tem ocorrido no concelho de Tomar nos últimos anos combate-se com uma actividade económica mais dinâmica. “Não existe uma política pró-activa em Tomar com capacidade para atrair empresas e gerar postos de trabalho”, realça. A autarca defende a criação de uma startup para oferecer um espaço para os jovens empresários se instalarem no início de actividade, aproveitando os alunos que terminam os cursos no Instituto Politécnico de Tomar.
A presidente da Junta de São Pedro, que também é presidente da concelhia do PSD de Tomar, diz que o município não tem sabido aproveitar os milhões de turistas que todos os anos vão a Fátima e os que apenas vão a Tomar visitar o Convento de Cristo. “Têm que ser criadas condições para que os turistas desçam à cidade. Só assim é que o turismo vai crescer e vai potenciar o desenvolvimento económico do concelho”, aponta. Se fosse presidente de câmara, Lurdes Ferromau iria também dar especial importância aos jovens que saem de Tomar para estudar e não regressam à sua terra uma vez que são eles, defende, que são o futuro do desenvolvimento da cidades.
A autarca dá o exemplo da obra que vai começar, em breve, na Várzea Grande, junto ao tribunal da cidade, como uma má opção política, por a maioria socialista não ter optado pela criação de um parque de estacionamento subterrâneo. “A obra vai embelezar a cidade e é necessária mas seria fundamental a criação de um parque de estacionamento subterrâneo porque vão faltar espaços para estacionar depois das obras terminarem, apontou.

Candidatura à presidência da câmara não está posta de parte

Lurdes Ferromau Fernandes nasceu a 7 de Junho de 1965 e vive desde sempre no lugar do Coito, freguesia de São Pedro de Tomar, da qual é presidente da junta há seis anos. Fez três mandatos como secretária da junta de freguesia durante 12 anos. Técnica superior do Instituto de Emprego e Formação Profissional, nunca pensou em enveredar pela vida autárquica. Aos oito meses de vida ficou orfã de pai, sendo a mais nova de quatro irmãos (tem mais três irmãos de um anterior casamento do seu pai). Enquanto estudava, nos tempos livres, ajudava a mãe que vendia no mercado.
Já estava casada e com dois filhos quando o anterior presidente de junta, António Vicente, a convidou para integrar a lista candidata que venceu as eleições. Só depois de estar na junta é que se filiou no PSD. “Nunca fiz planos, as coisas foram acontecendo na minha vida. Convidaram-me e aceitei o convite. O meu objectivo sempre foi trabalhar em prol das pessoas. Depois fiquei com o bichinho da política e continuei”, recorda. Licenciou-se em Economia e ainda deu aulas. Entretanto abriram estágios para o IEFP e concorreu, tendo ficado colocada em Tomar. Há cerca de quatro anos que está no serviço de Torres Novas.
É a actual líder do PSD de Tomar. Não quer admitir como certo que vai ser candidata à presidência da Câmara de Tomar, até porque há eleições para a concelhia do partido no próximo ano, mas afirma estar disponível. “Se essa for a vontade dos militantes e se considerarem que sou a melhor opção estarei disponível mas ainda falta muito tempo para as eleições autárquicas e muita coisa pode mudar até lá”, garante.
Dois dos três vereadores do PSD na Câmara de Tomar criticaram a posição da concelhia do seu partido, por causa do apoio especial de 70 mil euros que a câmara deu à Comissão Central da Festa dos Tabuleiros, esquecendo as freguesias, considerando que a Festa dos Tabuleiros não deve ser utilizada como arma política. Lurdes Ferromau diz que não existem divisões nem mal-estar no partido. “O que existe é liberdade de opinião entre os militantes. Não sinto que o partido tenha ficado fragilizado por causa de termos opiniões diferentes”, conclui.

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