Mas quem sou eu
Vou falar na justiça praticada no meu País democrático e com liberdade (ainda no singular). Não foi para isso que os militares de Abril depuseram o governo do Estado Novo, já fez 45 anos em Abril passado (democracia e liberdade pluralista nem vê-la).
O meu computador cerebral já não consegue registar tanta injustiça publicada diariamente na imprensa e televisão. Todos os dias aparecem notícias. Culpados de crimes graves de desvio de dinheiros públicos e privados são acusados de peculato, abuso de confiança e falta de honestidade. O nome correcto é que são pessoas sem ética, sem o mínimo de humanismo e sem respeito por quem trabalha. São uns gatunos sem escrúpulos.
Não quero alguém preso por desvio ilicitamente de dinheiros públicos ou privados. Essas importâncias depois de confirmadas devem regressar ao seu lugar com juros, retroactivos, esteja ele onde estiver, nem que seja na lua. Mais importante é punir severamente as pessoas que autorizaram ilicitamente a saída dos dinheiros dos bancos.
Somos um país pequeno, com tantos intelectuais, peritos em finanças, tantos consultores jurídicos, tantos juízes, tantos advogados, tanta gente ligada à justiça, a qual não anda célere. Segundo dados vindos a público, não há meios humanos e materiais, mas julgo, aqui sentado na margem do rio Tejo, uma grande falta de vontade férrea.
Quero advogados, mas advogados que cumpram com as leis, defendam as mesmas com rigor até ao fim dos julgamentos e nunca usem manigâncias fúteis. Para uma justiça credível para todo o cidadão, desde o Presidente da República até ao simples cantoneiro, desprezando a cor política, a cor da pele, tendências religiosas e a condição social. A Constituição da República, o Código Penal e Código de Processo Penal devem ser substituídos totalmente de harmonia com a condição de um país europeu. Ontem já era tarde.
Nota: Com o meu profundo reconhecimento pelo excelente serviço de informação prestado a todos os assinantes e não só. Que nunca vos doam os dedos, com muita saúde e resistência para enfrentar todas as tempestades que surgem a todos os momentos. Bem hajam.
José Carreira Mendes - Marinhais