Vereador da oposição critica vice-presidente da Câmara de Vila Franca
Acompanho, desde os tempos da sua criação, com particular interesse a actividade dos “Amigos do Forte”, associação que tem dedicado muito do seu esforço à defesa do património cultural dessa antiga freguesia. Não é de estranhar, portanto, que confira especial atenção a este assunto, o que me motiva a intervir no debate público em torno do “caso do reduto 35”, integrado no conjunto monumental das Fortificações das Linhas de Torres.
Não sei se o Sr. António Oliveira é mentiroso ou não. E nem pretendo avocar a qualidade de juiz moral de ninguém e muito menos de uma pessoa que nem sequer conheço. Mas sei duas coisas. A primeira é que os factos desmentem inexoravelmente a sua versão dos acontecimentos. A outra é que em democracia, o que se espera é que um eleito da oposição denuncie, no órgão para o qual foi eleito e com a cordialidade e frontalidade contida demonstradas pelo arquitecto Rui Perdigão, as incoerências e contradições de um eleito da maioria no poder.
Os factos: em 12 de Junho deste ano, em reunião de Câmara, o vice-presidente refere a existência de um parecer da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) sobre o assunto. No dia 26 do mesmo mês, o presidente da câmara, também em reunião do executivo, afirma a existência desse parecer técnico da Administração Central. O problema é que o parecer da DGPC tem a data do passado dia 28 de Junho e nele se censura, precisamente, a realização de trabalhos sem o prévio parecer da DGPC.
Registe-se que a Central de Cervejas é reincidente na desvalorização do património cultural do nosso município e do país, atenta a classificação como monumento nacional das Linhas de Torres. Com efeito, em Julho de 2006, a mesma empresa danificou o Reduto nº 36 da Quintela Grande, tendo sido na altura prometidas pela autarquia municipal e pela empresa obras de recuperação e reconstrução, que em 2019 ainda não foram sequer iniciadas.
Fernando José de Carvalho