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Turistas na região são poucos e a usarem táxis são muito menos
Marcolino Alves

Turistas na região são poucos e a usarem táxis são muito menos

Maioria vive do transporte de doentes para diálise e de crianças do ensino especial. A propósito do Dia Mundial do Turismo, 27 de Setembro, apanhámos táxis em Vila Franca de Xira, Torres Novas e Alcanena e ficámos a saber que, embora o número de turistas esteja a aumentar, é o transporte de idosos, de pessoas com mobilidade reduzida e de crianças do ensino especial que sustenta o negócio.

Nuno Filipe Pedro

O turismo está a movimentar a economia da Área Metropolitana de Lisboa e por isso há cada vez mais turistas a procurar os táxis da AutoBigodes, do Forte da Casa, para chegar rapidamente e com conforto às principais unidades hoteleiras e de restauração da região. De tal forma que a empresa adquiriu uma nova viatura dedicada exclusivamente ao transporte de turistas, mais discreta e moderna, e já está a apostar em duas outras viaturas de Transporte Individual de Passageiros em Veículo Descaracterizado, ligadas a plataformas como a Uber e a Cabify.
É uma forma de dar resposta à procura dos novos tempos que, segundo António da Mota Dias, fundador da empresa, não tem parado de aumentar e, ao mesmo tempo, dar resposta a uma nova geração que já não quer ligar para uma praça de táxis e andar com trocos atrás para pagar a viagem.
“Os turistas continuam a procurar o táxi e precisam sobretudo dele para ir da estação de comboios ou do aeroporto até aos hotéis e restaurantes e vice-versa”, conta a O MIRANTE. “No concelho temos pouca coisa para mostrar, há alguns locais mais turísticos mas nada que rivalize com Lisboa”, lamenta.

A agenda está sempre cheia mas os turistas são poucos
Em Torres Novas, Nuno Filipe Pedro, taxista há pouco mais de uma década e proprietário da empresa José Carlos Oliveira Santos Unipessoal Lda, diz que não há muitos turistas na cidade a solicitarem o serviço do seu táxi. “A cidade é pequena e os turistas normalmente deslocam-se a pé, pelo centro histórico”, explica.
Acrescenta que os poucos que procuram o táxi são os que ficam em alojamentos fora da cidade. Alguns turistas pedem também para ser transportados a Fátima, a Tomar ou à Golegã, na altura da feira do cavalo. As nacionalidades predominantes são a brasileira, inglesa e alemã.
A pouco mais de 15 km de Torres Novas, em Alcanena, Marcolino Alves, taxista há 40 anos, afirma que a agenda está sempre cheia, mas os turistas são raros. “Fazemos transporte de doentes para diálise e transporte de crianças do ensino especial e ainda há um tempinho para os clientes que pedem o serviço por telefone ou pela Internet. Temos o dia todo preenchido e não é preciso estar na praça”.
Quanto aos turistas, explica, vêm sempre por acréscimo e só aparecem em determinadas alturas, com maior afluência no Verão. “Normalmente são provenientes de Lisboa e passam por Alcanena com destino a Fátima”. Marcolino refere que um dos atractivos de Alcanena são as unidades hoteleiras mais em conta do que em Fátima, que captam alguns turistas com destino ao Santuário. “Em Alcanena não vêem grande coisa”, remata.
A terra é pequena e, segundo ele, os turistas que ali chegam têm destinos bem definidos. Visitam o Parque da Serra de Aire e Candeeiros, o Centro de Ciência Viva do Alviela e o restaurante O Malho, no Malhou, que tem referência no Guia Michelin de 2018.
Muitas vezes é Marcolino que faz de guia turístico, foi ganhando à-vontade com o passar dos anos, embora não tenha qualquer formação em hospitalidade, cortesia ou línguas. A única língua que consegue arranhar é o espanhol. O filho domina o inglês, e quando Marcolino transporta um turista que fala esta língua telefona-lhe para fazer de tradutor.
Apesar das estatísticas revelarem que o número de turistas está a aumentar na região, Marcolino Alves defende que os idosos que transporta para consultas médicas são os melhores clientes.
Para Nuno Filipe Pedro parte significativa do negócio provém do carro que tem a circular em Torres Novas para utentes com mobilidade reduzida. António Dias, fundador da AutoBigodes do Forte da Casa há mais de 40 anos, reforça essa ideia e diz que no seu caso as receitas vêm do serviço de transporte de automóveis e de reboque que funciona em sintonia com os 14 carros que tem em praça.

António da Mota Dias
Turistas na região são poucos e a usarem táxis são muito menos

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