O cabeça-de-lista do Aliança por Santarém nas eleições legislativas de 6 de Outubro, Rui Paulo Sousa, que era também presidente da concelhia de Santarém, demitiu-se dessas funções e desvinculou-se do novo partido criado por Pedro Santana Lopes. Decisões motivadas pelos maus resultados conseguidos e divergências internas.
Na sequência dos maus resultados obtidos pelo Aliança no distrito (0,82% de votos) e no concelho de Santarém (0,98%), Rui Paulo Sousa decidiu assumir responsabilidades e demitir-se do cargo de coordenador da concelhia de Santarém. Mas, posteriormente, acabou por radicalizar a sua posição e desfiliar-se do partido após uma reunião do senado nacional do Aliança onde foi alvo de críticas.
Rui Paulo Sousa diz, em comunicado, que nessa reunião foram postos em causa os seus valores pessoais pelos quais tem pautado a sua actuação política. “Com efeito, foi colocada em causa, por alguns, a minha posição durante a campanha relativamente à tradição portuguesa de índole cultural como a tauromaquia e a permanência no ensino da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, alegadamente intitulada de ‘ideais de extrema-direita’”.
O candidato do Aliança critica “o silêncio do partido ou a sua posição radicalmente moderada nessa matéria como em tantas outras” que “incomodam qualquer pessoa fiel aos seus ideais e valores”. E acrescenta: “Não poderei ceder ou ser refém de qualquer orientação política ou partidária contrária à minha essência e condicionadora do meu pensamento, pelo que não posso deixar de concluir que não me revejo nos actuais ideais do partido, nem na sua orientação política”.