Presidente de Benavente disponível para orçamento participativo sério
Carlos Coutinho foi questionado pela oposição sobre a petição que está a recolher assinaturas nas ruas. Autarca diz não ter nada contra esse modelo de participação cívica.
O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), diz-se disponível para analisar a possibilidade de ser criado um orçamento participativo (OP) no seu território, desde que seja “sério” e focado para uma efectiva participação cívica da comunidade. O autarca falou sobre o assunto na última reunião pública de câmara, onde foi questionado pela oposição sobre a petição que anda a circular nas ruas visando a recolha de assinaturas para pressionar a concretização de um OP em Benavente, como O MIRANTE já havia noticiado.
“Não tenho nada contra orçamentos participativos, acho é que devem ser sérios e colocados à consignação das populações”, defendeu Coutinho, lembrando que os orçamentos municipais já incluem medidas focadas na maioria das pretensões e alertas deixados directamente pela população ao executivo.
“Para fazermos um OP não vejo mais do que uma alocação de 100 a 200 mil euros. A câmara municipal sempre foi um espaço aberto e de participação da população”, defende o autarca, lembrando que um OP não deve ser um mero exercício para envolver as pessoas, de forma simplista e não lhes dando efectivos poderes de decisão em áreas da sociedade que são importantes.
O assunto foi levantado por Ricardo Oliveira, vereador do PSD, que voltou a defender a criação de um OP em Benavente, depois de ter visto a sua proposta de criação desse instrumento público chumbada em reunião de câmara e assembleia municipal pela CDU, que tem maioria nos dois órgãos. “Quero acreditar que com uma mobilização da população deste município a CDU será obrigada a respeitar a sua vontade, que será a realização de um OP”, notou.
Recorde-se que um grupo de cidadãos de Benavente lançou uma petição pública pedindo ao executivo da Câmara de Benavente e à assembleia municipal que coloque em prática, em 2020, a realização de um orçamento participativo que permita aos cidadãos votar em obras por si propostas para melhorar várias zonas do concelho.