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Mouchão da Póvoa está a afundar-se e a sua recuperação é cada vez mais difícil
O presidente da câmara de Vila Franca de Xira Alberto Mesquita, reconhece que o Mouchão da Póvoa pode já não ter salvação possível

Mouchão da Póvoa está a afundar-se e a sua recuperação é cada vez mais difícil

Presidente de Vila Franca de Xira mostra-se desiludido com o estado a que chegou a ilhota no Tejo e vai insistir com o novo ministro do Ambiente para que sejam realizadas as prometidas obras de recuperação.

O mouchão da Póvoa, ilhota no Tejo junto da Póvoa de Santa Iria, continua a afundar-se lentamente e a sua recuperação começa a afigurar-se complicada. Há três anos foi lançado o alerta para se repararem os rombos que têm causado a inundação de grande parte da área do mouchão, mas a intervenção prometida pelo Governo ainda não saiu do papel.
A situação tem deixado o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), descontente com a actuação do Governo e o autarca prometeu, na última semana, que vai insistir com o novo ministro do Ambiente para que as prometidas obras sejam feitas.
“Quem tem responsabilidade para resolver isto é o Estado através do Governo, nunca seria a câmara nem a junta a fazê-lo. Vou falar novamente com o ministro do Ambiente pedindo-lhe que o assunto se resolva. Ou assume que o mouchão é para acabar, como alguns especialistas defendem, que é a natureza a fazer o seu caminho, ou se avança com a reparação que anunciaram”, criticou o autarca.
Para Alberto Mesquita, que falou do assunto na última reunião de câmara, realizada precisamente na Póvoa de Santa Iria, a poucas centenas de metros do mouchão, a perda daquele património natural, com as características e a história que tem, será enorme para o concelho e considera que toda a situação seria evitável se a máquina do Estado não fosse tão burocrática.
Quando os primeiros alertas sobre o estado de degradação do mouchão foram feitos a O MIRANTE por vários especialistas, em 2016, o autarca alertou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre o assunto e até tentou tapar o rombo inicial, que era de 14 metros, mas foi impedido.
“Quando o rombo tinha 14 metros dava para se ter metido umas pedras até resolver o problema de maneira mais efectiva, mas a posição da APA foi de que ninguém podia mexer. Hoje temos um rombo com mais de 300 metros e o mouchão está todo alagado”, lamenta.
O Mouchão da Póvoa, com 1.200 hectares, é um dos três mouchões existentes no concelho de Vila Franca de Xira. Depois de vários alertas para a existência de um rombo grave num dos diques de protecção do mouchão, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, chegou a anunciar em Maio de 2018 que iria reabilitar a ilha, numa intervenção orçada em cerca de 1,7 milhões de euros. Mas a obra, com convlusão prevista para final de 2018, nunca chegou a arrancar para por o projecto já não estar de acordo com a realidade no local, ou seja, a inundação estava a ser mais rápida que o projecto orçamentado.
O projecto estará a ser reformulado mas muitos acreditam que a empreitada nunca chegará a ser lançada, dado o estado de degradação da ilha, actualmente submersa, e provavelmente irrecuperável.

Mouchão da Póvoa está a afundar-se e a sua recuperação é cada vez mais difícil

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