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Presidente de Alcanena pede ao Ministério Público investigação dos maus cheiros
A assembleia foi muito participada e teve alguns momentos polémicos

Presidente de Alcanena pede ao Ministério Público investigação dos maus cheiros

Fernanda Asseiceira disse em assembleia municipal, perante duas centenas de munícipes, que as indústrias infractoras têm de ser conhecidas e punidas.

A presidente da Câmara de Alcanena, Fernanda Asseiceira (PS), vai avançar com uma queixa no Ministério Público (MP) por crimes ambientais. A garantia foi dada na segunda-feira, 14 de Outubro, perante duas centenas de munícipes que assistiram à assembleia municipal extraordinária, onde esteve em debate os maus cheiros que se fazem sentir na vila.

“Temos que saber quem são as empresas infractoras e puni-las”, referiu a autarca, dizendo que não se pretende acabar com a indústria do couro no concelho, mas sim acabar com as más práticas ambientais que “algumas indústrias estão a promover”. Os maus cheiros na vila intensificaram-se desde Agosto, numa altura em que o sistema de tratamento passou para a alçada da recém-criada empresa municipal, Aquanena, depois de ter sido retirada pela câmara a concessão da gestão da estação de tratamento de águas à associação de utilizadores Austra.

A sessão teve início às 20h00 e terminou muito depois da meia-noite, assistindo-se a intervenções de defesa quer por parte da empresa municipal Aquanena, que esteve representada pela directora-geral Isabel Pires, quer pela Austra, representada pelo presidente do conselho de administração, Paulo Costa.

Fernanda Asseiceira referiu que a culpa é das indústrias “infractoras” que fazem descargas de produtos poluentes fora de horas, “tal como podemos todos perceber”, aludindo aos maus cheiros que se fizeram sentir por volta das 22h00, no Cine-Teatro São Pedro, para onde, à última da hora, foi deslocalizada a assembleia devido ao elevado número de populares que marcaram presença.

O secretário-geral da Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes (APIC), Gonçalo Santos, recordou que se existe ETAR no concelho de Alcanena muito se deve à presença da indústria dos curtumes. Gonçalo Santos deixou no ar a questão de qual é o estado actual do tratamento da ETAR. Questões que não foram respondidas pela directora-geral da Aquanena, que preferiu fazer uma apresentação exaustiva e técnica da empresa municipal, apoiada por um powerpoint, durante cerca de mais de 45 minutos.

Alguns munícipes presentes não gostaram de assistir à apresentação da Aquanena, dizendo que o que querem saber é quando vão acabar os maus cheiros. “Não queremos saber as questões técnicas. Queremos saber quando vamos poder respirar como deve ser, sem este cheiro horrível”, referiu Arnaldo Anacleto. Devido ao seu estado de nervosismo o munícipe foi convidado pelo presidente da mesa da assembleia municipal a abandonar a sessão, tendo sido acompanhado pela GNR.

Isabel Pires apontou o dedo aos industriais ao frisar que é urgente uma maior fiscalização e monitorização das indústrias. A directora-geral da Aquanena mostrou algumas fotografias onde revela que as indústrias não estão a cumprir a lei, quer no que se refere ao tipo de descargas que fazem, quer às horas em que o fazem. Teoria que sustenta a acção de Fernanda Asseiceira em pedir a intervenção do Ministério Público.

Autoridade de saúde fala em bronquites e doenças do foro psicológico

O médico da Autoridade de Saúde do Médio Tejo, José Martins, disse na assembleia municipal que a poluição do ar pode potenciar problemas respiratórios. O delegado de saúde considerou ainda que a saturação psicológica deste tipo de situações pode originar doenças do foro psicológico.

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