uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
O pão que comemos é quase todo feito com farinhas estrangeiras
foto DR Portugueses consomem 42 quilos de pão per capita anualmente

O pão que comemos é quase todo feito com farinhas estrangeiras

Na região a cultura do trigo é uma mera cultura de rotação por não ser rentável. Consumimos menos pão que a média europeia e a nossa produção de trigo é muito baixa. Na região os agricultores preferem culturas mais rentáveis. O Dia Mundial do Pão é assinalado em conjunto com o Dia Mundial da Alimentação, a 16 de Outubro.

Jorge Neves, director-geral da Agromais
Mário Antunes, secretário-geral da Agrotejo

Apenas seis por cento da farinha utilizada no fabrico do pão em Portugal tem origem nacional. Os agricultores estão condicionados pelos preços que se praticam a nível internacional e aquela cultura não é rentável, na região.
Mário Antunes, secretário-geral da Agrotejo, União Agrícola do Norte do Vale do Tejo, refere que na região de abrangência desta associação de agricultores, que engloba os concelhos de Abrantes, Alpiarça, Golegã, Chamusca, Torres Novas, Santarém, Entroncamento e Vila Nova da Barquinha são cultivados cerca de 800 hectares de trigo e cevada anualmente.
A produção anual ronda as três toneladas por hectare. Um valor que, de acordo com aquele responsável, se tem mantido estável nos últimos seis a oito anos.
As culturas do trigo e da cevada utilizam as terras mais marginais, sem sistemas de rega instalados, e desenvolvem-se bem em solos do bairro, campo e espargal. Na região, estas culturas são semeadas entre Novembro e Janeiro e são, regra geral, mecanizadas, com baixo recurso a mão-de-obra.
O total de produção anual na região ronda as quatro mil toneladas e o preço da tonelada anda perto dos 200 euros. A cevada tem como destino a indústria cervejeira e o trigo, consoante a sua qualidade, pode ser destinado à panificação (70 a 80%) ou à produção de alimentação animal.
Segundo Jorge Neves, director-geral da Agromais, maior organização de produtores de cereais e hortícolas de Portugal, os agricultores estão condicionados pelos preços que se praticam a nível internacional e a cultura não é rentável para a região. É utilizada apenas como cultura de rotação com outras culturas mais interessantes para os agricultores, como o milho, por exemplo.

Consumo de pão abaixo da média europeia
Caralhota, pão saloio, carcaça, papo-seco, biju, viana ou rosca, o pão não pode faltar na mesa de qualquer família portuguesa. Mais do que uma mistura de farinha, água e sal, o pão é sinónimo de alimento e o dia que o celebra, 16 de Outubro, coincide com o Dia da Alimentação.
Apesar da sua popularidade o consumo de pão está em declínio por toda a Europa. Nos produtos de panificação desceu dos 67 para os 63 quilos per capita, enquanto no pão fresco baixou dos 51 para os 46 quilos.
Em Portugal, a ingestão anual está abaixo da média europeia e situa-se nos 42 quilos per capita, segundo dados da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares do Norte (AIPAN).
Mesmo em declínio, o pão continua a ser o produto alimentar de maior consumo no país, mas apenas 6% da farinha utilizada no seu fabrico tem origem nacional. Portugal está longe da auto-suficiência neste sector e, na região, a produção anual de trigo não atinge os mil hectares.
Mundialmente a cultura do trigo é a terceira maior depois do arroz e do milho. China, Índia e Rússia ocupam o pódio. Na União Europeia dominam a produção a França e a Alemanha.

O pão que comemos é quase todo feito com farinhas estrangeiras

Mais Notícias

    A carregar...