Os trabalhadores da Câmara de Coruche devem perceber a responsabilidade que é ser trabalhador em funções públicas e devem repensar atitudes quando estão ao serviço, sobretudo se forem bombeiros. O recado foi deixado pela vice-presidente da câmara, Fátima Galhardo (PS), na última reunião do executivo municipal, e teve como contexto o caso do bombeiro municipal apanhado pelas autoridades com excesso de álcool no sangue quando conduzia uma ambulância.
De acordo com a autarca, os funcionários têm de perceber que estão a representar uma autarquia e não devem, de forma alguma, ter comportamentos de risco. “O caso do bombeiro apanhado a conduzir sob o efeito de álcool deve servir para todos pensarmos o que fazemos e as implicações que podem ter os nossos actos”, adiantou.
Durante a discussão do assunto, também o vereador António Moreira da Silva (CDU) fez questão de lamentar a situação e apontou o dedo à atitude do bombeiro alcoolizado. Já a vereadora Liliana Pinto (PSD) confessou ser estranho que as autoridades mandem parar uma ambulância que seguia em marcha de emergência e referiu que espera que este tipo de situação não volte a acontecer.
A detenção do bombeiros aconteceu na madrugada de dia 28 de Dezembro. O socorrista da corporação dos Bombeiros Municipais de Coruche conduzia uma ambulância que seguia em marcha de emergência a caminho de um acidente na Estrada Nacional (EN)114, na zona de Santana do Mato, quando foi interceptado por militares.
O soldado da paz foi sujeito a um teste de despistagem de álcool, tendo acusado uma taxa de 1,9g/l, o que é considerado crime. O bombeiro acabou detido pela GNR e ficou a aguardar para responder em tribunal e ainda enfrentar um inquérito disciplinar interno.
O município abriu um processo disciplinar que se encontra em fase de inquérito. O bombeiro em causa tem antecedentes disciplinares e mantém-se em funções até que seja concluída a investigação.

Vereadora diz que foi ameaçada por bombeiros com processo-crime

A vereadora Liliana Pinto (PSD) revelou, na última reunião do executivo municipal, que foi ameaçada com um processo-crime por elementos dos Bombeiros Municipais de Coruche, por ter dito numa reunião camarária que era consumido álcool no quartel. Segundo a autarca, alguns bombeiros fardados deslocaram-se aos paços do concelho, onde se encontrava na altura, e ameaçaram-na por se sentirem difamados com os comentários da vereadora da oposição.
“Houve elementos fardados que vieram aqui, não sei se autorizados e por quem e se estavam ou não ao serviço, ameaçaram-me com um processo-crime e nada foi feito por este município, nomeadamente pelo presidente, na defesa da minha liberdade para dizer o que penso e, sobretudo, o que me é transmitido”, referiu.