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Vergonha e mais vergonha e um aeroportozinho sefaxavôr

Facundo Serafim das Neves!


Alguns patuscos da região querem que o Governo faça um novo aeroporto na base aérea de Tancos, concelho da Barquinha, e eu ando entusiasmado de todo com a coisa. Ver desembarcar turistas ali à beira Tejo, a um saltinho do Castelo de Almourol e do famoso parque de esculturas onde está aquela da Joana Vasconcelos, que foi feita com aquelas fitas que se penduravam nas portas das tascas para não deixar entrar as moscas, é a melhor coisa que nos poderá acontecer.
Os taxistas da região também devem estar eufóricos uma vez que em Tancos não passam autocarros, nem metro, nem comboios, nem viaturas Uber... e nem Cristo por lá passou durante o tempo que andou pela Terra. Mas mesmo sem benefícios em termos de negócios vamos poder ver os aviões levantar e aterrar, o que é um bom complemento à excelente oferta cultural destas paragens.
Afinal, quem é que não gosta de passar uma tarde a assar febras e a beber bejekas, enquanto olha para as barrigas de airbuses e boeingues e para os peitorais das espanholas que irão passar de táxi a caminho de Lisboa?
Entre os que mais pregam a favor do aeroporto em Tancos está o presidente de Vila Nova da Barquinha, profundo conhecedor de aviões, dado que esteve alguns anos na Força Aérea e, como cosmopolita que é, também já deve ter viajado de avião para ir à Eurodisney.
Poderás argumentar que, quem não consegue ter uma rede de autocarros a ligar as aldeias, vilas e cidades, muito menos consegue ter um aeroporto, mas olha que não é bem assim. Por aqui, viajar de avião vai sempre ficar mais barato. Basta olhar para o preço das portagens na A23.
Em Azambuja, no aniversário dos bombeiros, ouviu-se alto e bom som a palavra vergonha, que é aquela que mais irrita o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, principalmente quando a mesma é dita e redita pelo deputado do Chega.
Nos bombeiros, não foi o André Ventura que meteu a vergonha no ar, foi o comandante. Mas aquilo pode não ficar por ali porque ele, quando falou na vergonha, dirigiu-se à deputada do PS, Vera Braz, que estava presente, e pediu-lhe para levar o que estava a dizer para S. Bento. O que fará Ferro Rodrigues quando a camarada de partido lhe transmitir a mensagem com a palavra maldita, é o que mais quero saber.
Esta coisa da vergonha é como aquelas alturas em que, após nos aleijarmos num ombro, desata toda a gente a dar-nos palmadas no local onde nos dói, como se todos tivessem combinado fazê-lo, o que, se assim fosse, era uma...autêntica vergonha!!

Saudações anti-aéreas
Manuel Serra d’Aire

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