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A reeleição do bastonário da Ordem  dos Médicos é uma má notícia para o SNS


O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, era o único candidato às eleições e foi reeleito para o cargo. Partilho a opinião de muitos outros portugueses. Ele representa o interesse dos grupos privados da saúde e, como disse há uns meses aqui em O MIRANTE, o presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, não passa um dia sem atacar o Serviço Nacional de Saúde.
A sua mais recente campanha é contra a possibilidade de entendimento entre o Ministério da Saúde e os médicos para a possibilidade de alguns virem a aceitar ficar em exclusividade no Serviço Nacional de Saúde. Este assunto deveria ser tratado pelos sindicatos dos médicos mas Miguel Guimarães actua também como sindicalista.
Como escreveu, dia 11 de Janeiro, no Público, a médica Isabel do Carmo, a propósito da campanha que nos quer convencer que o Serviço Nacional de Saúde é um caos, o problema é o lucro. O dinheiro.
“(...) a Saúde tornou-se um negócio. A barbárie mercantil invadiu a Saúde na Europa como foi sempre nos EUA. Os serviços de saúde entraram na lógica da mercadoria e os cuidados passaram a falar a linguagem mercantil. Passa-se em outros países da Europa o que se passa em Portugal e a causa é a mesma: os privados escolhem e captam os médicos e o dinheiro para os serviços públicos está garrotado pela política hegemónica na Europa – o mercado, a concorrência, a desigualdade de facto como motor do desenvolvimento”.
E pergunta ela: “Quem tem um enfarte de miocárdio ou um AVC e vai às urgências de um hospital e depois é internado e tratado acha que a saúde está num caos? Aqueles a quem é diagnosticado um cancro e depois são seguidos e tratados nos IPO de Lisboa, Coimbra e Porto ou nos Hospitais Centrais acha que a saúde está num caos? Aqueles que têm diabetes e são seguidos nos hospitais ou nos centros de saúde em consultas especializadas, com medicamentos gratuitos ou de baixo preço, acham que a saúde é um caos?”.
Carlos Manuel Torres Alves (Alverca)

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