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Estrada mais mortífera de Azambuja vai continuar às escuras
Luís de Sousa

Estrada mais mortífera de Azambuja vai continuar às escuras

Presidente do município diz que não pode ser a autarquia a assumir uma responsabilidade que é da Infraestruturas de Portugal. Enquanto dura o impasse o perigo continua à espreita na Estrada Nacional 3.


A Câmara Municipal de Azambuja não está disponível para assumir a instalação, manutenção e pagamento das luminárias na Estrada Nacional (EN) 3, no troço que atravessa Azambuja e Vila Nova da Rainha. Apesar de reconhecer a perigosidade daquela estrada, em parte devido à escassez de iluminação pública, o presidente do município, Luís de Sousa, considera essa medida uma responsabilidade da empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP), assumindo que não fará mais do que “continuar a fazer força para que se coloque iluminação” naquele troço.
A posição irredutível do autarca socialista surgiu em resposta ao vereador do PSD, Rui Corça, que mostrou a sua preocupação e questionou se a autarquia está ou não disponível para assumir a instalação de postes de iluminação naquele troço de “elevada perigosidade para as pessoas que ali circulam”. Rui Corça lembrou ainda que o município incluiu “no plano de actividades e orçamento para 2020 a realização de uma obra de melhoria da iluminação ao longo da estrada”, por sugestão do seu partido.
Luís de Sousa nega que a Câmara de Azambuja alguma vez se tenha comprometido a assumir a colocação das luminárias e fazendo-se valer do plano de actividades para 2020 esclareceu que apenas se lê que “o município vai diligenciar junto da IP” essa medida. Um “jogo de palavras simpáticas” que na opinião do vereador social-democrata constata apenas que neste município “o procedimento administrativo se sobrepõe à segurança das pessoas”.
À esquerda, o vereador David Mendes (CDU) concordou com a posição da maioria socialista, vincando que é “desleal” empurrar essa responsabilidade para o município, quando a “IP não cumpre no que toca às condições de segurança rodoviária”.
Nas questões colocadas por O MIRANTE à IP sobre a intervenção que se compromete a fazer naquele troço da EN3, incluindo a colocação de luminárias, a empresa pública nunca refere que está disposta a fazê-lo. O compromisso assumido pela IP, e cujo projecto já devia ter ficado concluído em final de 2019, passa exclusivamente pela construção de três rotundas e a proibição de viragens à esquerda. Luís de Sousa confirma que o projecto final ainda não lhe foi apresentado.
Em 2019, recorde-se, o município azambujense tomou uma posição contrária, fazendo-se substituir à IP, assegurando a iluminação na rotunda que liga Aveiras de Cima à Estrada Nacional 366 e ao nó de acesso à A1, que esteve às escuras durante vários anos. Neste caso, o município acordou com a IP que durante a próxima década fica responsável pela conservação, manutenção e consumos de energia dos equipamentos de iluminação instalados na referida rotunda.
A EN3 é considerada perigosa em toda a sua extensão tendo sido palco de graves acidentes, dos quais resultam mais de 40 mortes nos últimos 18 anos. No concelho de Azambuja o elevado tráfego de veículos pesados e circulação de peões pelas bermas são factores agravantes que têm motivado protestos de autarcas, cidadãos e do movimento cívico “Plataforma EN3”.

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