As mortes do encarregado, do dono da Herdade da Galega e do filho deste na fossa da suinicultura, na Carregueira, concelho da Chamusca, estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária. A tragédia aconteceu na tarde de sábado, 1 de Fevereiro, quando o encarregado Bruno Rodrigues estava a fazer a limpeza e manutenção da fossa e ficou inconsciente devido à inalação de gases acumulados no local. O dono da exploração, Rui Duarte Cordeiro, de 53 anos, foi em socorro do empregado e também desfaleceu. O mesmo aconteceu ao filho mais velho, de 30 anos, Gonçalo Pereira Duarte, que tentou acudir ao pai e ao funcionário.
O outro filho do empresário, de 20 anos, que também tentou ajudar, está internada no Hospital de Santarém. Rafael Cordeiro encontra-se em coma induzido, revelando lesões cerebrais devido ao tempo em que esteve submerso na fossa, onde morreram o pai e o irmão. O jovem, residente na Nazaré, é o único sobrevivente desta tragédia.
O encarregado, Bruno Rodrigues, trabalhava há cerca de um mês na herdade e era natural de Sintra. Deixa uma filha menor de idade. A sua esposa reside em Almeirim. Só depois da fossa totalmente vazia, os bombeiros, equipados com máscaras próprias, desceram com a ajuda de uma grua para retirar os corpos, o que aconteceu cerca de cinco horas depois da ocorrência, que se deu às 15h30.
Não se sabe se Bruno Rodrigues estava devidamente equipado, nomeadamente com máscara de protecção enquanto procedia ao trabalho de limpeza da fossa. Segundo os Bombeiros da Chamusca foi “algo impossível de perceber” uma vez que com a remoção do estrume a máscara poderá ter sido arrancada e arrastada.
Segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém, durante o acidente uma quinta pessoa, funcionária da herdade, com 25 anos, entrou em estado de choque, foi assistida no local e transportada para o Hospital de Abrantes. As cerimónias fúnebres dos três falecidos decorreram na tarde de terça-feira, 4 de Fevereiro.

Conduta entupida levou à tragédia

Antes do fecho desta edição O MIRANTE falou com quem acompanhou de perto toda a tragédia e a explicação pode estar no entupimento de uma conduta que ligava os esgotos da pecuária a um poço de retenção. O funcionário, Bruno Rodrigues, que trabalhava há cerca de um mês na herdade, tentou desentupir a conduta com uma mangueira entrando no poço, tendo desmaiado devido aos gases venenosos. Na tentativa de se salvarem uns aos outros só o filho mais novo de Rui Cordeiro é que conseguiu sair do poço com vida. O seu estado de saúde pode ser muito grave tendo em conta o tempo que esteve dentro do poço.