As duas dezenas e meia de trabalhadores da Junta de Freguesia de Alhandra continuam a utilizar vestiários em mau estado, com bolores e infiltrações nas paredes. Há pelo menos seis anos que há a promessa da Câmara de Vila Franca de Xira em requalificar o espaço (onde funcionaram os antigos lavadouros), propriedade do município, para dar melhores condições aos trabalhadores. Até porque, além dos vestiários, o imóvel é também usado como refeitório e oficina.
O maior problema está nos balneários onde os trabalhadores tomam banho e mudam de roupa, que estão cheios de humidade, cheiram a mofo e há azulejos a cair, além de chuveiros degradados, torneiras que não funcionam e janelas cheias de fungos.
Mário Cantiga, presidente da Junta de Alhandra, admite que o problema está “na mesma senão pior” e lamenta o arrastar do processo. O espaço tem recebido pequenas obras pela mão da junta, especialmente na zona do refeitório, mas são apenas cosméticas porque não resolvem o problema de fundo, que são as infiltrações decorrentes de fendas na placa exterior do edifício.
“Já pedimos a colaboração da câmara para tentar resolver aquela situação e estamos a aguardar. É uma situação que nos deixa muito preocupados por ver os nossos trabalhadores tomarem banho em condições deploráveis. A placa está a meter água e com isso gera-se muito bolor”, lamenta o autarca. A junta não tem dinheiro para fazer obras no local.
O assunto é há muito do conhecimento da câmara e numa das últimas reuniões do executivo os vereadores da CDU questionaram Alberto Mesquita, presidente do município, sobre o assunto. O autarca espera até ao final do actual mandato “ter condições para requalificar o edifício” e dar-lhe um melhor aproveitamento.

Pátio da câmara é solução
Para a Junta de Alhandra, a requalificação e utilização do chamado “pátio da câmara”, um edifício municipal cedido à junta que fica perto da Cimpor, seria a solução para resolver o problema. A ideia passava por fazer no pátio um espaço vocacionado para apoio à logística, com novos balneários e refeitório para os trabalhadores, adaptando os actuais a balneário público que sirvam os utilizadores do caminho pedonal ribeirinho.
“Acreditamos que é o local que dá mais condições aos nossos trabalhadores. Ainda mantenho essa ideia e acho que não sai caro”, sugere. O presidente da câmara já por várias vezes admitiu que pode ser uma ideia a estudar mas o processo nunca saiu dessa fase.