O Grupo Desportivo de Vialonga (GDV) está a passar por grandes dificuldades. Tem dívidas acumuladas que rondam os 120 mil euros e precisa de ajuda urgente para não fechar portas até ao próximo Verão. O clube tem sido gerido por comissões administrativas há vários anos e na última assembleia-geral, realizada em Novembro, voltaram a não aparecer listas para os órgãos sociais.
Acabou por ser um grupo de pessoas de Vialonga, sócios e amigos do clube, que se chegou à frente na derradeira tentativa de o salvar e manter de portas abertas. O GDV foi fundado a 30 de Junho de 1952 e tem uma centena de atletas a praticar futebol, futsal, patinagem artística, karaté e natação. A formação está interrompida desde Março por causa da pandemia de coronavírus, que veio agravar ainda mais a situação do clube.
Ricardo Antunes, 46 anos, trabalhador por conta própria, é neto de fundadores do clube e o novo presidente da comissão administrativa. Diz que a comissão encontrou o clube mal mas deixa uma palavra de agradecimento aos anteriores dirigentes, que deram tudo por tudo durante anos para o manter de portas abertas. “É importante deixar uma palavra para o Amílcar Carvalheiro que despendeu muitos anos e tempo da sua vida em prol do clube”, diz a O MIRANTE.
A situação é “dificílima”, avisa o dirigente, lembrando que a comissão vai fazer tudo ao seu alcance para salvar o GDV até ao final do mandato, a 30 de Junho de 2021. “Vamos precisar do apoio dos sócios e amigos mas também das autarquias. Vamos tentar dar a volta por cima mas se não tivermos ajudas há o sério risco de daqui a seis meses o clube fechar. É um risco real”, avisa.
A maior fatia da dívida é à banca e por enquanto o clube ainda não tem património penhorado. As prioridades da nova comissão passam por fazer um levantamento de tudo o que existe no clube, assegurar o funcionamento do GDV e tentar obter apoios de emergência junto do município.
Pandemia deixa clube sem receitas
O dirigente critica as medidas impostas pelas autoridades de saúde, que suspenderam os escalões de formação e deixam os clubes sem quaisquer receitas. “As medidas que estão a ser impostas nestas áreas estão a castrar os clubes. As receitas são praticamente nulas, caíram, não pode haver público, não há bilheteira, não há bar. E todos sabemos que a maior parte destes clubes vive dessas receitas”, lamenta.
Voltar a aproximar o clube dos sócios é outra das prioridades. A nova comissão vai também debruçar-se sobre a quotização dos sócios e a sua regularização. Estão contabilizados até ao momento mais de 800 sócios. Dois dias por semana a secretaria vai estar aberta para quem quiser regularizar quotas ou ajudar o clube (quartas das 10h00 as 12h00 e das 15h00 às 18h00 e às quintas-feiras das 18h00 às 20h00).
Não está excluída a possibilidade de ser promovida uma campanha de angariação de fundos ou um peditório pelas ruas da localidade. “É tudo um ponto de interrogação. Vamos precisar da solidariedade das pessoas de Vialonga, mas sobretudo das entidades que têm responsabilidades no concelho, como a câmara municipal. Não vamos desanimar. Não é para deixar isto fechar que cá estamos. Mas também não podemos tapar o sol com a peneira. Isto está péssimo. Mas vamos lutar”, conclui.

Os rostos da nova comissão

Foi indigitada na assembleia-geral de 13 de Novembro uma nova comissão administrativa que vai gerir o clube até ao próximo Verão. É composta por Ricardo Antunes, Amandio Nunes, Daniel Vieira, José Abrantes, Leontino Gonçalves, Pedro Leal, Pedro Antunes, Filipa Pacheco, André Nunes, Carlos Machado, José Costa, Diogo Alqueidão e Rogério Lourenço. Colaboram também com a comissão Pedro Lucas, Cláudia Gonçalves, Tatiana Fernandes, João Milheiro, Mike Marques, Tiago Soares e Vítor Hugo.