O presidente da Câmara de Mação demitiu-se do cargo de presidente da assembleia-geral da empresa intermunicipal Tejo Ambiente, que entrou em funcionamento em Janeiro deste ano. Vasco Estrela (PSD) disse a O MIRANTE discordar da gestão e prossecução dos investimentos para o concelho de Mação. “Quando se estava a criar a empresa foram definidos investimentos para o concelho de Mação que estão sempre a ser adiados e querem fazer algumas alterações que prejudicam o concelho. Têm-se verificado investimentos noutros concelhos, nomeadamente Ourém e Tomar, e não acontece o mesmo em Mação”, criticou.
O autarca afirma não fazer sentido o município de Mação e o seu presidente liderarem a assembleia-geral da empresa, quando Vasco Estrela está em desacordo com a forma como as coisas estão a ser geridas. “A minha demissão é um protesto simbólico por não concordar com os critérios que estão a ser seguidos. Quero marcar uma posição e defender os interesses dos munícipes de Mação”, afirmou a O MIRANTE.
Vasco Estrela acrescenta que, apesar de não se saber qual será a decisão final quanto aos investimentos previstos para Mação, não era aquilo com que contava inicialmente. Exemplifica que estava previsto fazer obras no sistema de captação de água de modo a criar dois sistemas autónomos e acabar com as dezenas de furos. A intenção da empresa é agora fazer algo diferente do que estava acordado inicialmente. “Só esta intenção não me deixa satisfeito e já o transmiti diversas vezes aos meus colegas”, reforçou.
O autarca diz-se solidário com os seus colegas mas também defende que estes devem ser solidários com o concelho de Mação e com o seu presidente. “E acho que não estão a ser”, criticou. Estrela diz que as respostas por parte do conselho de administração da Tejo Ambiente, em relação aos investimentos em Mação, são escassas e que os investimentos estão a acontecer sobretudo em Ourém e Tomar, municípios que estão na administração da empresa.
A Tejo Ambiente gere os sistemas de abastecimento de água e de saneamento básico dos concelhos de Tomar, Ourém, Sardoal, Mação, Vila Nova da Barquinha e Ferreira do Zêzere. A empresa tem um capital social de 600 mil euros e os municípios de Tomar e de Ourém detêm as maiores participações (com 35,63% e 32,37%, respectivamente), seguidos de Mação (10,85%), Ferreira do Zêzere (7,94%), Vila Nova da Barquinha (7,63%) e Sardoal (5,58%).
No arranque da empresa estimava-se que o investimento nas redes de água e saneamento ascendesse a 124,3 milhões de euros nos próximos 30 anos, com um apoio de fundos comunitários de 56 milhões de euros. Cerca de 38 milhões vão ser investidos nos primeiros cinco anos.
O conselho de administração da empresa intermunicipal é liderado pela presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, pelo presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, e por Jacinto Flores, presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere.