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Incêndio na Moçarria deixa casal sem casa 
Nuno Figueiredo, Nuno Romão e Patrícia Romão conversaram com O MIRANTE junto ao edifício consumido pelas chamas

Incêndio na Moçarria deixa casal sem casa 

Casa de dois pisos do casal de septuagenários foi consumida pelas chamas. Nenhum teve ferimentos causados pelo incêndio, mas Edite sofreu uma queda quando tentava salvar a casa e os cães e seguiu para o hospital em estado crítico.

Edite Romão, de 72 anos, continua internada no Hospital Distrital de Santarém onde deu entrada a 26 de Novembro em estado crítico, após a queda que sofreu quando tentava salvar das chamas os dois cães e a sua habitação na Moçarria, concelho de Santarém.
O fogo deflagrou no número 96 da Rua do Comércio pelas 17h00. Em casa, na cozinha, no piso térreo, estava António Romão, de 79 anos, que não se apercebeu de nada. Edite tinha ido ter com uma vizinha e quando regressava viu o fumo e as chamas, o seu primeiro instinto foi tentar entrar em casa através do primeiro andar com o auxílio de uma escada de metal. Mas, com os nervos, a tentativa correu mal e acabou por cair.
Nuno Figueiredo foi o primeiro a aperceber-se do incêndio e a acorrer ao local para prestar socorro a Edite. Foi também o jovem de 15 anos quem deu o alerta aos bombeiros. Estava perto quando rebentou uma das três botijas de gás, mas não se deixou demover. Pela bravura, Nuno e Patrícia Romão chamam-lhe o “herói de serviço”. Os filhos do casal de idosos falaram com O MIRANTE exactamente 24 horas depois de ter deflagrado o incêndio que consumiu a habitação. O cheiro intenso a fumo ainda emanava do interior do edifício, onde jazia no chão um amontoado de objectos carbonizados.
Nuno não estava no local quando deflagrou o incêndio. Tinha-se deslocado a Lisboa e, no regresso pela A1, ao passar por Alverca, conseguiu avistar muito fumo que identificou como sendo proveniente desta região, mas estava longe de imaginar que seria a casa dos seus pais. Patrícia mora em Tomar, onde trabalha na câmara municipal. Assim que foi contactada pelo irmão seguiu para a Moçarria para prestar auxílio.
Ainda não tinham visto ou falado com a mãe. Mas as notícias que entretanto foram chegando do Hospital de Santarém são animadoras. Apesar das muitas mazelas que sofreu, Edite está agora estável e anseia por falar com os filhos. Mais do que o rim que lhe foi tirado, as costelas partidas, a laceração do fígado e as hemorragias, vai custar-lhe o regresso a casa. Uma casa que herdou dos pais e que foi reconstruindo e onde agora apenas as paredes exteriores resistem.
António ainda chegou a entrar na ambulância, mas foi estabilizado pela equipa médica e não seguiu para o hospital. Está na casa ao lado da sua, propriedade do filho Nuno, inconsolável com a hospitalização da esposa.

Freguesia apela à solidariedade
A Comissão Social da Freguesia da Moçarria lançou, um dia após o incêndio, uma campanha solidária para ajudar a família. A campanha apela à dádiva de todo o tipo de bens, como vestuário e calçado, artigos de higiene, electrodomésticos, mobiliário ou têxteis para o lar. Os donativos podem ser entregues nas instalações do centro de dia da freguesia da Moçarria.
O incêndio, cuja causa está a ser investigada, mas que os primeiros indícios apontam para curto-circuito, deflagrou pelas 17h00 e foi combatido pelos bombeiros até perto das 22h00. A habitação de rés-do-chão e primeiro andar era um edifício antigo, com muitas partes de madeira, e não foi possível fazer mais nada a não ser evitar que o fogo alastrasse a edifícios contíguos, entre eles uma padaria propriedade do casal desalojado e a habitação do filho Nuno.

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