A Câmara de Alcanena vai contratar técnicos superiores nas áreas da museologia, conservação e restauro e história de arte para desenvolverem o sector museológico do município, designadamente o projecto do Museu dos Curtumes, que já tem instalações físicas há mais de uma década mas tarda em ser concretizado por falta de financiamento.
Na última reunião do executivo, a presidente do município, Fernanda Asseiceira (PS), assumiu que gostaria de ver novos desenvolvimentos sobre esse projecto já no próximo ano e a contratação de recursos humanos especializados reflecte essa ambição. “Temos expectativas de que possam abrir candidaturas para podermos candidatar esse projecto”, afirmou a autarca, em resposta à questão levantada pelo vereador João Correia Pinto (PSD/CDS/MPT).
Fernanda Asseiceira reforçou que o município quer constituir uma equipa que trabalhe com o que existe e preveja o que falta e o que tem que ser feito para concretizar o projecto do Museu do Curtume e colocá-lo ao serviço da comunidade. Para isso, terá também a incumbência de procurar candidaturas e parcerias nacionais e internacionais para o indispensável financiamento. “É uma equipa para continuar um projecto que não temos intenção de abandonar ou desvalorizar”, garantiu a autarca.
Em Abril de 2019, durante a inauguração da última edição da Expopele, Fernanda Asseiceira disse a O MIRANTE que esperava que a candidatura efectuada pouco tempo antes pelo município a fundos comunitários na área do turismo fosse, de uma vez por todas, aprovada e desbloqueasse a questão do Museu do Curtume. A autarca admitiu perante Carla Tavares, representante do secretário de Estado da Internacionalização, estar com “enormes dificuldades” em obter apoio financeiro para poder apetrechar um espaço que se pretende dinâmico e voltado para as escolas e para a população de Alcanena.

Obra pronta em final de 2008 custou 1,7 milhões de euros

Recorde-se que o edifício do Museu do Curtume está concluído desde finais de 2008 nos antigos celeiros da EPAC, em Alcanena. A obra custou cerca de 1,7 milhões de euros e foi concretizada no último mandato de Luís Azevedo como presidente do município. A inauguração do espaço esteve prevista para Maio de 2015, mas foi adiada e Fernanda Asseiceira esperava conseguir inaugurar o museu por altura da edição da Expopele em 2016, o que mais uma vez não aconteceu por falta de financiamento comunitário para o projecto museográfico. A autarquia tem os projectos museológico e museográfico elaborados em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar e com a colaboração do CTIC.