O vice-presidente da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, deu 30 dias úteis aos ciganos que vivem no acampamento perto da zona industrial para demolirem as barracas existentes no local e saírem do espaço. E garante que no que dele depender não vai permitir a instalação de qualquer outro acampamento no concelho.A decisão foi tomada pelo vice-presidente depois de o presidente da câmara, Sousa Gomes, ter passado a responsabilidade de resolver o problema para Pedro Ribeiro, há cerca de dois meses quando houve uma reunião entre moradores e proprietários de terrenos da zona do Marquês, o presidente da câmara e o comandante da GNR. A comunidade que vive no local queixa-se que está a ser vítima de racismo. António Seabra, um dos mais antigos do acampamento, que está instalado no terreno há mais de oito anos, diz que as pessoas não têm outro sítio para ir, que vivem em más condições e que não têm dinheiro para arrendar casas. Chama a atenção para o facto de as crianças andarem na escola em Almeirim e de haver no acampamento crianças deficientes e doentes.Os moradores há anos que se queixam de problemas relacionados com o acampamento e de insegurança na zona, tendo até ameaçado fazer justiça pelas próprias mãos. Alguns proprietários de terrenos agrícolas chegavam a ir armados para os campos.Pedro Ribeiro, em declarações a O MIRANTE, garante que agiu no cumprimento das leis em vigor. Explica que as barracas estão edificadas em zona de Reserva Agrícola Nacional e Reserva Ecológica Nacional que não permite qualquer tipo de construção. O autarca diz que se as pessoas de etnia cigana não removerem as barracas será a câmara a fazê-lo logo que termine o prazo. E que todas as queixas e informações que cheguem à autarquia sobre acampamentos serão encaminhadas para a GNR “para serem tratadas nos termos da lei como acampamentos ocasionais ilegais”.