Máquina avariada há mais de um ano no Hospital de Santarém dificulta tratamentos de quimioterapia
Problemas na unidade de oncologia, com a avaria das câmaras de fluxo laminar, imprescindíveis para a preparação de quimioterapia, já se arrastam há 14 meses, e concurso para novo equipamento, que deve ser lançado este ano, só deve ficar finalizado no próximo ano.
Os problemas na unidade de oncologia do Hospital de Santarém que impedem a preparação dos tratamentos de quimioterapia há mais de um ano ainda não vão ficar resolvidos este ano. Segundo a Unidade Local de Saúde (ULS) Lezíria, que administra o hospital, foi constituído um grupo de trabalho que está a desenvolver um projecto de expansão da Unidade de Oncologia e investimento em novos equipamentos. Quanto à aquisição de novas câmaras de fluxo laminar, onde são manipulados os tratamentos, o concurso público está mais avançado e deve ser lançado este ano, sendo que a administração gostaria que ainda se conseguisse durante o mês de Novembro.
O conselho de administração da ULS Lezíria decidiu em Julho, 10 meses depois de se deixar de utilizar o equipamento, avançar com o processo para a aquisição das câmaras. Enquanto isso os profissionais que trabalham na área andam desde Setembro de 2023, há 13 meses, a caminhar para Torres Novas, onde estão a fazer a preparação das quimioterapias no hospital da ULS do Médio Tejo, num esforço acrescido destes elementos. A administração realça que as câmaras de fluxo laminar são fundamentais para a segurança e eficiência do Serviço de Oncologia.
Em relação à expansão do serviço, a ULS refere a O MIRANTE que já foram realizadas diversas reuniões de trabalho com o objectivo de garantir que a unidade responda às necessidades futuras da área oncológica e de preparar o lançamento do concurso público para a obra. A entidade esclarece que “está em causa uma intervenção tecnicamente exigente, que requer uma preparação cuidadosa, que visa dotar de melhores condições o Serviço Farmacêutico e a Unidade de Preparação Centralizada de Citotóxicos.
O conselho de administração da Unidade Local de Saúde Lezíria, já tinha dito a O MIRANTE que a Unidade Local de Saúde do Médio Tejo, à qual pertence o Hospital de Torres Novas, “tem demonstrado total colaboração”. Também referiu em Julho deste ano, quando questionado sobre o arrastar da situação, que tem-se conseguido minimizar o impacto para os utentes, sem constrangimentos de ordem clínica, com o esforço e empenho de todos os profissionais.
O equipamento é um dos que está nos projectos de investimento que constam do Plano de Desenvolvimento Organizacional 2024-2026 da ULS Lezíria. O Hospital de Santarém atende diariamente entre 30 a 40 doentes oncológicos. Em 2023 foram seguidos em tratamento 2.686 doentes oncológicos. Os profissionais deslocam-se a Torres Novas em viatura do hospital com motorista e recebem horas extraordinárias.