O vagar ensina que nada essencial se faz depressa, é preciso tempo, o tempo que só o vagar conhece; como disse um carpinteiro de Évora, quando lhe perguntaram como faria a enorme peça pousada no banco: “deem-me vagar”. O montado cresce em décadas, o solo regenera-se em ciclos longos, a água infiltra-se silenciosamente, sem espetáculo. Esta lentidão ecológica é também uma lentidão antropológica: a vida aprende a maturar, não a precipitar.