O misterioso desaparecimento da oposição em Salvaterra e o momento Monty Phyton dos soldados da paz
Revigorado Manuel Serra d’Aire
Revigorado Manuel Serra d’Aire
Em Salvaterra de Magos, os vereadores da oposição não apareceram na reunião de votação do orçamento. Não porque o presidente socialista Hélder Esménio lhes tenha barrado a entrada nos paços do concelho, mas simplesmente porque não apareceram nem se fizeram substituir. Esménio, que até deixa os vereadores participarem nas reuniões via online para não terem que gastar solas e pneus a deslocarem-se às sessões, deve ter um super poder qualquer que muitos autarcas gostariam de partilhar. A verdade é que conseguiu livrar-se da presença do vereador do Bloco de Esquerda (até à distância) pelo menos durante dois meses e viu a vereadora do Chega demitir-se, tal como a sua habitual substituta. A oposição foge de Hélder Esménio como o Diabo foge da cruz.
O que ainda me surpreende mais neste misterioso caso é que o vereador do sempre aguerrido Bloco de Esquerda esteja desaparecido das reuniões de câmara há tanto tempo e ainda ninguém tenha feito participação à GNR ou lançado apelos lancinantes nas redes sociais. Já para não falar de não terem accionado cães pisteiros e a detective Tânia Laranjo. Lamentável! Felizmente, O MIRANTE encontrou o homem e lá ficou a saber que estava vivo e de boa saúde, apesar da crise de absentismo político que o tem apoquentado.
O espírito de Natal vai perdendo o fulgor. E não é só porque a malta mais nova não sabe o que é uma posta de bacalhau, o cheiro do musgo ou uma lareira alimentada com lenha apanhada no pinhal. Até os bombeiros se deixaram levar na onda - os soldados da paz, os nossos heróis, como tanta gente, justamente, os considera. Ainda sou do tempo em que bombeiros e bombeiras, para além de socorrerem pessoas, apagarem fogos e treparem a árvores e telhados para resgatar gatos, entre outras façanhas, posavam como modelos em trajes menores para ilustrarem calendários com os seus corpos musculados e bem tratados. Era pela altura do Natal e o objectivo passava por angariar receitas para as respectivas corporações. Tratava-se de mostrar que, por debaixo daquelas fardas, havia homens e mulheres como os outros e outras, embora talvez um pouco mais torneados ou torneadas.
Belos tempos, porque há umas semanas ficámos a saber que por debaixo daquelas fardas e capacetes também podiam estar arruaceiros das claques, daqueles que causam algazarra da grossa e lançam tochas e outros artefactos pirotécnicos que proporcionam imagens que as televisões adoram. Nunca tinha visto bombeiros sapadores a romper um cordão policial, nem em debandada como a rapaziada das claques quando foge da polícia. Confesso que me deleitei. Felizmente ainda há quem, com a realidade, consiga ultrapassar a melhor ficção humorística. Nem os geniais Monty Phyton conseguiram lembrar-se de tal coisa. E se eles tinham imaginação apurada…
Votos de boas sestas do
Serafim das Neves