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A falta de casas-de-banho públicas e outras porcarias

Quando estou no campo e me dá uma súbita vontade de urinar vou aliviar a bexiga atrás de uns arbustos, correndo sempre o risco de estar a ser visto à distância ou mesmo a ser filmado por satélite. Quando a aflição me apanha desprevenido numa cidade, a primeira reacção é procurar um café, um centro comercial ou um supermercado porque casas-de-banho públicas ou são inexistentes ou são muito raras ou estão vandalizadas. Por enquanto em Portugal ainda não se faz como em França, nomeadamente em Paris, onde só os clientes têm direito a usar as casas-de-banho mas já há casos em que a chave tem que ser pedida ao balcão o que acaba por funcionar como uma imposição de consumo. Eu concordo embora nem toda a gente tenha dinheiro no bolso para beber uma bica e seja complicado (ou não permitido) estar a pagar 65 cêntimos com multibanco.
Enfim...continuando...quando estou numa cidade, vila ou aldeia de noite, ou a uma hora em que os cafés já fecharam, tenho que me desenrascar de qualquer maneira porque urinar nas calças está fora de questão.
Vem esta minha carta a propósito de uma fotografia do Google tirada em 2014 com uma senhora agachada a urinar num recanto de uma rua do Entroncamento que foi divulgada por blogues e páginas de facebook de gente bem pensante numa tentativa, presumo, de que alguém conseguisse identificar a infractora para que a populaça se vingasse chamando-lhe nomes. Presumo tal coisa porque no texto que acompanhava a foto de 2014 não se fazia qualquer alusão ao facto de ser difícil encontrar uma casa de banho pública naquela cidade, se é que há alguma aberta depois das cinco e meia da tarde ou aos fins-de-semana.
Walter Martins

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