Obras no mercado municipal de Santarém ‘presas’ por parecer da DGPC
Intervenção está prevista há alguns anos mas o processo tem-se arrastado por vicissitudes várias. O projecto está feito e o financiamento garantido. Agora só falta a luz verde da Direcção Geral do património Cultura para o município poder abrir o concurso para a empreitada.
Passou mais um mandato sem que o mercado municipal de Santarém fosse objecto das obras de requalificação e remodelação há muito previstas e faladas. Segundo informações transmitidas na última reunião de câmara pelo vereador Luís Farinha (PSD), falta o parecer favorável à intervenção por parte da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC) para que o concurso público para a empreitada seja lançado. A DGPC fez algumas “exigências técnicas” à autarquia, que foram entretanto respondidas. Espera-se agora que o parecer final seja positivo e não se arraste no tempo.
O projecto já está feito e dado a conhecer a toda a vereação. Garantida está também já a comparticipação da União Europeia para uma intervenção que ronda 1,3 milhões de euros. Luís Farinha referiu que a intervenção pretende transformar o mercado num espaço de promoção de produtos e produtores, fazendo a ponte com a gastronomia que é um factor de atracção turística e de afirmação da capitalidade de Santarém nesse sector.
O assunto foi levantado pelo vereador Celso Braz (PS), que lamentou que a obra tarde em avançar. “Fico entristecido por os anos irem passando e continuemos a oferecer um mercado municipal morto, com lindos painéis de azulejos no exterior onde os visitantes tiram fotos, mas depois quando entram ficam defraudados”, disse, acrescentando que o PSD está há 12 anos no poder e nada foi feito no local.
A reabilitação e modernização do mercado municipal de Santarém, conhecido pela beleza da sua traça e dos painéis de azulejos que forram boa parte das suas paredes exteriores, tem sido bandeira eleitoral nos últimos mandatos. E a obra tem sido presença assídua nos orçamentos municipais durante esta década.
Em Setembro de 2009, O MIRANTE noticiava que a Câmara de Santarém, então liderada por Moita Flores (PSD), tinha aprovado o projecto de reabilitação do mercado e a apresentação da candidatura a fundos comunitários através do Programa Operacional do Alentejo, num processo conduzido pela Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT). O investimento previsto até 2011 seria de um milhão e 821 mil euros, sendo cerca de um milhão de euros para as obras de requalificação do emblemático imóvel e a verba restante destinada ao projecto de animação integrada do espaço. Entretanto chegou a crise e a oportunidade esfumou-se.