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Quem matou e como morreu o “Paulinho” do restaurante?
MORTO. Paulo Pinheiro foi encontrado inanimado e ensanguentado a 500 metros de casa

Quem matou e como morreu o “Paulinho” do restaurante?

Judiciária está a investigar a misteriosa morte em Alpiarça em que enteado da vítima chegou a ser detido

A morte de Paulo Pinheiro, que apareceu morto numa rua em Alpiarça no dia 24 de Julho, está envolta em mistério. Neste caso, que está a ser investigado pela Polícia Judiciária, apenas há neste momento uma certeza inequívoca: a morte do “Paulinho”, como era conhecido por muitos amigos e frequentadores do Restaurante “O Forno”, em Almeirim, onde era empregado de mesa. A família foi proibida pelas autoridades de falar publicamente sobre o assunto e na vizinhança correm várias versões, que adensam o mistério deste caso.
Ao que O MIRANTE apurou, o alegado crime ocorreu na sequência de várias e violentas discussões que aconteceram no dia da morte de Paulo Pinheiro, de 54 anos. Nesse dia 24 de Julho, o empregado de mesa apresentou queixa na GNR, contra o enteado, por furto do carro. Cerca das 17h00 uma patrulha da GNR de Almeirim esteve na casa onde Paulo vivia com a mulher, os dois filhos do casal e o enteado, após ter sido chamada por causa de alegadas agressões, conflitos e injúrias.
Em declarações a um programa da TVI, o enteado Marco Silva admite que discutiu e agrediu o padrasto, “para defender a mãe”. Após esta discussão, Paulo Pinheiro terá saído de casa e foi encontrado por moradores por volta das 20h00, a cerca de 500 metros de casa, inanimado com marcas de agressões na cabeça e sangue no rosto. Os primeiros socorros foram prestados no local tendo sido transportado ao Hospital de Santarém, onde acabou por falecer cerca das 21h30 desse dia.
Um vizinho, que não quer ser identificado, descreveu a O MIRANTE que as discussões entre padrasto e enteado eram habituais e que nesse dia se ouviram, inclusivamente, ameaças de morte. “Quase não havia descanso nessa casa com discussões, habitualmente, entre padrasto e enteado. Não se davam bem”, lamentou o vizinho.
Quem conhecia Paulo Pinheiro descreve-o como uma pessoa pacata, “amigo do seu amigo” e que não se metia em confusões. Alguns admitem que nos últimos tempos, devido à difícil relação que tinha em casa, refugiava-se no álcool. “Mas nunca o vi ser agressivo com ninguém”, referiu um amigo da vítima. O principal suspeito da morte, Marco Silva, já tem cadastro relacionado com posse ilegal de droga e condução sem habilitação legal. Os vizinhos acusam-no de ser uma pessoa “agressiva” e de “provocar desacatos”.

Suspeito e mãe recusam falar sobre o que aconteceu
O MIRANTE foi a casa da vítima tentar falar com Marco Silva para obter a sua versão dos factos. Da primeira vez, foi o irmão mais novo que nos abriu a porta e explicou que Marco estava a trabalhar e estaria em casa por volta das 18h00. Na segunda tentativa para falar com o suspeito foi a sua mãe, e mulher da vítima, que abriu a porta. Explicou que o filho não estava em casa e que falaram para o programa de televisão porque foram “apanhados desprevenidos e não sabiam que não deviam falar” mas como o processo está em segredo de justiça não o podem fazer mais. “Cometemos um erro e não o vamos cometer duas vezes”, disse Zita Silva, justificando a recusa em falar com O MIRANTE.

“Clientes gostavam dele e vai fazer muita falta no restaurante”

Paulo Pinheiro era natural da Chamusca, vivia em Alpiarça há cerca de dez anos e trabalhava há cerca de duas décadas no restaurante O Forno, em Almeirim. O proprietário do restaurante, António Martins, conta a O MIRANTE que Paulo Pinheiro sempre foi um bom funcionário, alegre e bem-disposto. “Era uma pessoa que se dava bem com toda a gente, educada e simpática. Trabalhei com ele mais de 20 anos e não tinha razão de queixa dele. Os clientes gostavam dele e vai fazer muita falta no restaurante”, disse.
Um colega de trabalho partilhou da mesma opinião e referiu que Paulinho, como era conhecido entre amigos e colegas, era um bom camarada. “Nunca o vi discutir com ninguém, era muito pacato. Custa-me a acreditar que batesse em alguém”, afirma.

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