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Câmara de Abrantes pediu arresto de bens da RPP Solar
MEMÓRIA. Imagem de uma visita aos terrenos da RPP Solar. Maria do Céu Albuquerque (à direita), com a então governadora civil Sónia Sanfona, o então presidente da câmara Nelson Carvalho e o empresdário Alexandre Alves (à esquerda).

Câmara de Abrantes pediu arresto de bens da RPP Solar

Presidente do município diz que já foram vendidos alguns terrenos da empresa, cuja receita reverteu para os cofres da autarquia. Mas admite que vai ser difícil recuperar o milhão de euros que a autarquia deu pela propriedade onde devia ter nascido um complexo industrial do empresário Alexandre Alves.

A Câmara de Abrantes avançou com uma providência cautelar para o arresto dos bens da empresa RPP Solar, que em tempos projectou a criação de um parque industrial dedicado às energias renováveis na freguesia de Concavada, numa área vendida pela autarquia a preço simbólico. Já foram vendidos, inclusivamente, alguns terrenos na zona para onde estava previsto o complexo, cujo valor reverteu para os cofres municipais.
A informação foi dada pela presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), na última sessão da assembleia municipal, em resposta a uma intervenção da eleita do PSD Fernanda Aparício. A social-democrata questionou a presidente sobre o ponto da situação do processo do município contra a empresa RPP Solar e disse que o valor investido pela câmara com vista à instalação da empresa - cerca de um milhão e 100 mil euros dados pelo terreno - nunca vai ser recuperado porque os interesses do município não foram acautelados.
Maria do Céu Albuquerque respondeu que se o processo foi mal conduzido a assembleia também teve culpa porque aprovou o investimento. A autarca adiantou que o processo já teve agendada uma audiência prévia para Março de 2017, que foi desmarcada pelo juíz. Entretanto a câmara avançou com uma providência cautelar para arresto dos bens da empresa mas como os bens da RPP Solar se resumem ao terreno, e a empresa tem muitas dívidas, vai ser difícil à autarquia reaver o investimento total feito pelo município.

Um projecto megalómano de que restam uns pavilhões abandonados
Quando foi anunciado publicamente, em 2009, o projecto da RPP Solar, empresa liderada por Alexandre Alves, previa começar a produzir painéis foto-voltaicos logo em Janeiro de 2010. O município de Abrantes, na altura presidido por Nelson Carvalho (PS), adquiriu um terreno na freguesia da Concavada por um milhão e 100 mil euros e vendeu-o à empresa por uma décima parte desse valor, nunca tendo recebido o dinheiro. O que deu origem a um processo em tribunal. A intenção, na altura, era viabilizar a implantação dessa indústria no concelho mas a forma como foi desenvolvido o processo suscitou muitas dúvidas e críticas.
O complexo, junto à Central Termoeléctrica do Pego, devia ocupar 82 hectares. Inicialmente falava-se de um investimento global de 818 milhões de euros e na criação de 1800 novos postos de trabalho, três centenas dos quais para engenheiros e quadros superiores. O anúncio foi feito por Alexandre Alves após a assinatura do protocolo entre a Câmara de Abrantes e a RPP – Retail Parks de Portugal, SPGS, SA que teve lugar no dia 1 de Outubro de 2009, no salão nobre dos Paços do Concelho.
O projecto visava a instalação de sete unidades industriais, cinco a sete torres eólicas, painéis solares e turbinas de co-geração, que trabalhariam 24 horas por dia. Perspectivava-se também a criação de um centro de investigação que ocuparia 300 engenheiros e investigadores no domínio da energia fotovoltaica. O projecto não saiu do papel e para memória ficaram dois pavilhões abandonados no terreno junto à Estrada Nacional 118.

Câmara de Abrantes pediu arresto de bens da RPP Solar

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