Reabilitar velho hospital de VFX custa cinco milhões
Misericórdia fala num virar de página e garante estar a procurar financiamento. Novo Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira quer dar utilização ao espaço e criar nele um Campus de Saúde. Responsável diz que as fotos tiradas no interior e que vieram a público na última semana foram manipuladas para dar um impacto mais dramático.
Para reabilitar e adaptar o edifício onde funcionou o velho hospital Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira, são precisos perto de cinco milhões de euros. A estimativa do custo dos trabalhos é feita a O MIRANTE pelo novo Provedor da Misericórdia de Vila Franca de Xira, Armando Jorge.
O velho hospital fechou portas em Maio de 2013 e desde essa altura que a Misericórdia quer criar no local uma Unidade de Cuidados Continuados (UCC) mas o processo tem sofrido muitos avanços e recuos. O novo provedor quer dar a volta a essa situação e dar um novo rumo ao edifício. Armando Jorge confirma que a Misericórdia está a procurar financiamento, sobretudo junto da banca, para criar no edifício central do velho hospital um Campus de Saúde, que agregará não só a UCC – já contratualizada com o Estado para 140 camas - como também os dois lares que a Misericórdia hoje tem em dois edifícios diferentes da cidade. São ao todo 120 utentes e 110 empregados que serão abrangidos pela medida.
Já feito está um projecto de arquitectura para o espaço que a Misericórdia teve de pagar. O presidente da câmara, Alberto Mesquita, já veio dizer que o município também está disponível para financiar parte da obra, mas para isso a Misericórdia tem de dar o primeiro passo. “Quando houve a mudança para o novo hospital pensámos que aquele edifício poderia estar a fazer um excelente trabalho como hospital de retaguarda no centro da cidade mas não foi isso que aconteceu”, lamentou o autarca na última sessão da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira.
Através do programa de apoio ao movimento associativo o município pode financiar até 25 por cento do custo dos projectos, até um máximo de meio milhão de euros. Mas nada impede o autarca de apresentar a votação na câmara uma proposta de apoio superior tendo em conta a pertinência social do investimento da Misericórdia.
Fotos manipuladas
para dar dramatismo
O caso veio a lume na última semana depois de um fotógrafo que gosta de explorar locais abandonados – mas que não deu a cara – ter cedido à revista digital Magg um conjunto de fotografias em que se vê no interior do hospital diverso equipamento abandonado.
Armando Jorge diz que o cenário foi “preparado” para que as imagens tivessem maior dramatismo. “Juntaram equipamento de várias salas para parecer que estava tudo junto e dar mais impacto às imagens, não foi assim que os equipamentos foram deixados”, assegura. A entrada no edifício está vedada mas alguém arrombou um taipal de madeira para conseguir entrar.
O provedor garante que o velho hospital “não está abandonado” e que a Misericórdia não consegue suportar os encargos para pagar a segurança privada e vigilância do espaço. Desde que fechou portas a instituição deixou de receber menos 140 mil euros anuais de renda do Estado. Além disso ficou a braços com o material velho e obsoleto que foi deixado para trás pela administração central na transição para o novo hospital da cidade. Material cujo custo de remoção e envio para o lixo terá de ser suportado pela Misericórdia.