Camiões carregados de lixo danificaram estradas perto do aterro do Mato da Cruz
Câmara de Vila Franca de Xira garante que a Valorsul terá de pagar pelos prejuízos causados pelo aumento substancial de tráfego pesado para o aterro depois de paragem do incinerador de São João da Talha.
Uma paragem de manutenção mais prolongada que o previsto no incinerador da Valorsul em São João da Talha, Loures, obrigou a um aumento substancial de tráfego de camiões carregados de lixo a atravessar o concelho de Vila Franca de Xira com destino ao aterro sanitário de Mato da Cruz, junto a Alverca e Calhandriz.
A situação, queixam-se os moradores e confirma a câmara municipal, causou danos em várias estradas urbanas que servem a comunidade e por isso a câmara quer agora obrigar a Valorsul a pagar os prejuízos que causou. A informação foi avançada na última reunião pública de câmara pelo presidente do município, Alberto Mesquita (PS), que explicou que a câmara já está a avaliar os prejuízos para mandar a conta àquela empresa.
“Houve uma avaria complicada nessa instalação da Valorsul e os serviços municipais têm acompanhado. Houve uma paragem de manutenção mais alargada que o previsto e tivemos de idealizar uma forma dos camiões irem descarregar para Mato da Cruz. Vamos apresentar a conta dos estragos à Valorsul. O nosso concelho foi mais uma vez solidário”, rematou Alberto Mesquita.
Aterro quase na capacidade máxima
O autarca defendeu que os aterros sanitários “precisam de acabar” no seu território e voltou a admitir que o aterro de Mato da Cruz está muito perto da sua capacidade máxima e que “não irá aguentar muito mais tempo”, situação que se agravou com esta recente carga adicional de lixo. “Em Vila Franca de Xira acabaram-se os aterros logo que Mato da Cruz fique selado, já dissemos isso a toda a gente”, voltou a reafirmar o autarca.
O assunto foi levantado pelo vereador Mário Calado (CDU), que deu eco a várias queixas que lhe chegaram de moradores de Arcena sobre os incómodos causados pelo aumento da passagem de camiões para o aterro. “Há relatos de enormes filas de pesados a passar pelo nosso território, exigimos a reparação das estradas afectadas pela passagem dos camiões”, vincou.
O actual aterro de Mato da Cruz, na Calhandriz, está a quatro anos de encerrar e em breve terá de ser equacionada uma alternativa. Tal como O MIRANTE noticiara em Maio último, a Câmara de Vila Franca de Xira também não está satisfeita com a requalificação paisagística que está a ser feita em Mato da Cruz.
O aterro sanitário funciona desde 1996. Foi criado com o compromisso da entidade que o explora de que logo que as células estivessem cheias, o espaço iria sendo reconvertido em áreas para lazer e usufruto público. A verdade é que ainda nenhum espaço foi colocado à disposição da população, apesar de algumas células já terem recebido uma pequena requalificação paisagística e algumas árvores terem sido plantadas.