Procuradoria-Geral da República analisa corte do Sorraia em Benavente
Comissão de utentes quer que a procuradoria avalie a legalidade do processo. Câmara de Benavente e comissão de utentes também já pediram esclarecimentos à Agência Portuguesa do Ambiente.
A polémica em torno do corte do rio Sorraia em Benavente, promovido pela Associação dos Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, continua a dar que falar e já chegou à Procuradoria-Geral da República (PGR). A comissão de utentes do concelho de Benavente pediu para que a situação, contra a qual está contra, seja avaliada no sentido de se verificar se existe alguma irregularidade no processo administrativo que deu lugar à criação do talude que corta o caudal do rio.
O corte do rio tem por objectivo permitir a rega de dez mil hectares de culturas devido à entrada de água salgada no rio. Os utentes de Benavente, à semelhança do que fez o município, também pediram esclarecimentos à Agência Portuguesa do Ambiente e ao ministério do Ambiente. O caso foi abordado nas últimas reuniões de câmara de Benavente e Vila Franca de Xira. O talude improvisado no rio Sorraia foi feito pela associação a cerca de um quilómetro a norte do Porto Alto e com autorização da Agência Portuguesa do Ambiente e já tinha acontecido outras vezes, mas só agora gerou polémica.
Segundo a APA, a medida é excepcional e temporária e deverá vigorar apenas até final deste mês. Para o Município de Benavente, o licenciamento da obra não teve como suporte qualquer estudo técnico, tendo-se fundado nas experiências ocorridas em 2005 e 2012, sem que, então, se tivessem registado impactos ambientais relevantes.
O director executivo da Associação dos Beneficiários da Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, já havia garantido a
O MIRANTE que a situação não coloca em causa a sobrevivência dos peixes a montante da represa. Joaquim Madaleno condenou o que disse serem vídeos falsos publicados na internet. De acordo com Joaquim Madaleno, a solução encontrada para combater os níveis preocupantes de salinidade da água (acima dos 1,8 gramas de sal por litro, quando o limite aceitável é de um grama por litro), já experimentada noutras duas ocasiões, apenas minimiza um problema maior que tem origem em Espanha e se prende com a os baixos caudais do rio Tejo.
A associação tem mais de nove mil hectares de regadio, onde operam 174 empresas agrícolas com culturas como milho, arroz, tomate ou melão. Estão em causa cerca de 1.500 postos de trabalho directos.