Sai uma central solar para A-dos-Loucos
Direcção-Geral de Energia analisa o primeiro projecto de energias limpas de Vila Franca de Xira. Está em curso o projecto de execução e a central deverá nascer num terreno em A-dos-Loucos, uma aldeia de Vila Franca de Xira. É prevista a produção de uma potência pico de 25 megawatts em 92.340 módulos solares fotovoltaicos.
Terminou em Junho o período de consulta pública do estudo de impactes ambientais do projecto de instalação de uma central solar na aldeia de A-dos-Loucos, freguesia de Alhandra. Caso seja autorizada, a central poderá ver a luz do dia já em 2020. Em fase de execução, o projecto está em análise pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) e pela Direcção-Geral de Energia e Geologia.
O promotor do projecto é a empresa Vertente Planetária Unipessoal, com sede em Lisboa, e pretende instalar uma central solar numa área de 41,6 hectares da aldeia do concelho de Vila Franca de Xira. Prevê-se que tenha uma potência instalada de 25 megawatts, através de 92.340 módulos solares fotovoltaicos instalados numa estrutura fixa sobre 2.430 mesas de 38 módulos. A energia produzida será injectada na rede, não havendo armazenamento de energia no local.
O ponto de ligação à rede, segundo os documentos a que O MIRANTE teve acesso, será efectuado na linha eléctrica que atravessa o local. Nos objectivos e enquadramento do projecto, é explicado que o principal objectivo da central solar será produzir energia com base numa fonte renovável, contribuindo para o cumprimento das metas nacionais em termos de produção de energias renováveis. Justifica-se ainda que esta central contribui para reduzir a dependência energética externa, bem como para a redução da emissão de gases com efeito de estufa.
O projecto implica a construção de um sistema de segurança e qualidade da produção, com limitadores de potência, sistemas de contagem, temporizadores, transformadores de tensão, entre outros equipamentos. Prevê ainda a instalação de sistemas de segurança e monitorização, como uma estação meteorológica, casa de controlo, câmaras de videovigilância e sistema anti-intrusão.
No terreno de implantação da central não haverá, segundo o estudo ambiental, movimentação de terras, intervindo-se apenas na limpeza do terreno. Os edifícios serão apenas cabinas de transformação e seccionamento de energia eléctrica em monoblocos pré-fabricados e sem necessidade de fundações. Os ruídos existentes serão em monoblocos insonorizados. A fase de construção demorará quatro meses e deverá empregar 20 pessoas. A central funcionará durante 25 anos empregando duas pessoas a tempo parcial.
Portugal tem uma elevada dependência energética do exterior, importando combustíveis fósseis na ordem dos 72% das necessidades energéticas. A energia fotovoltaica, apesar de ter aumentado gradualmente desde 2007, em 2015 representava ainda 1,5 por cento da totalidade da electricidade produzida no país.