Vendedores do mercado de Santarém negam melhoria do negócio
Vendedores do mercado diário municipal contrariam as declarações da vereadora Cristina Casanova de que tinham feito mais negócio no primeiro dia de ocupação da Casa do Campino do que em todo o mês de Julho no velho edifício, que vai entrar em obras.
“Só numa manhã na Casa do Campino os vendedores do mercado fizeram mais negócio que no último mês”. A afirmação foi feita pela vereadora dos mercados e feiras na Câmara de Santarém, Cristina Casanova, na reunião do executivo, no dia em que os vendedores foram deslocalizados. Mas estes contrariam a autarca, dizendo que o negócio está mais para pior do que para melhor.
Inês Barroso, que presidiu à reunião em substituição de Ricardo Gonçalves, de férias, referiu que foi criada uma oportunidade de venda na zona do planalto da cidade, que está a atrair nova clientela. A vice-presidente refere, no entanto, que é normal as situações de mudança acarretarem desconforto, ansiedade e preocupação, mas assegura que na visita feita na primeira manhã de funcionamento do mercado na casa do Campino, nessa mesma quinta-feira, 1 de Agosto, os técnicos da autarquia encontraram um cenário animador.
Cristina Casanova realçou que apesar de atribulado, o processo terminou bem e lembrou que o trajecto do Mobi.Sénior, transporte colectivo gratuito que circula na cidade e é destinado sobretudo à população sénior, foi alterado para garantir transporte de e para o mercado.
De visita ao local, nos primeiros dias de funcionamento do mercado na Casa do Campino, O MIRANTE ouviu os comerciantes. Alguns, como Mário Almeida, vendedor de frutas e legumes, garantem que se contam pelos dedos de uma mão os clientes que atenderam no primeiro dia de mercado. Confessam, no entanto, que no segundo dia o negócio melhorou um pouco voltando a piorar no sábado, devido ao corte dos acessos provocado pela etapa da Volta a Portugal em bicicleta.
Além da falta de negócio os comerciantes queixam-se da exiguidade do espaço. Rosa Ferraz, também vendedora de legumes e frutas diz que não vende muito, mas ter apenas uma banca não ajuda. Odete Colaço vende queijos. “Aos sábados vendia 25 queijos frescos e desta vez só vendi metade”, desabafa inconformada com o local escolhido pela câmara.
O mercado municipal encerrou a 31 de Julho para receber obras de requalificação orçadas em cerca de dois milhões de euros. As obras têm um prazo de execução de um ano e vão arrancar este Verão, embora ainda sem data marcada.
Confusão no sorteio das bancas aos vendedores
O primeiro dia de mudanças dos vendedores do mercado municipal de Santarém para a Casa do Campino, 31 de Julho, começou com uma confusão por causa do sorteio das bancas. O município tinha marcado a atribuição dos espaços para as 09h00, mas em cima da hora alterou o horário para as 14h00, o que provocou o descontentamento dos vendedores. A polícia, que estava no local a pedido da câmara para a acompanhar o processo, serenou os ânimos.
Susana Silveira, que vende bolos e queijos no mercado municipal de Santarém há 17 anos, realça que a autarquia foi muito explícita no dia anterior quando pediu que todos os ocupantes do mercado estivessem pelas 09h00 naquelas instalações. “Por isso é que nós não gostámos nada do que se estava a passar. Combinam as coisas e, mais uma vez, querem fazer outras”.
Os vendedores ficaram revoltados pelo facto de terem as mercadorias dentro das viaturas e pela possibilidade de estas se estragarem com o calor. Após as reclamações, o sorteio acabou por realizar-se durante a manhã, sem mais confusões.