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Um imigrante Ribatejano que se tornou jogador de setas
foto DR

Um imigrante Ribatejano que se tornou jogador de setas

José Augusto Sousa é natural de Azambuja, viveu em Vale de Cavalos e nos últimos anos em Madrid. Aos vinte anos José Augusto Sousa decidiu emigrar. A viver em Vale de Cavalos, Chamusca, e com trabalho incerto, partiu para a Alemanha. Há dezasseis anos que reside em Espanha. Trabalhou sempre onde havia trabalho até que a antiga paixão pelo jogo de dardos o levou a profissionalizar-se como jogador daquela modalidade. Participa em torneios um pouco por todo o Mundo.

José Augusto Sousa começou a jogar setas com os amigos mas nunca pensou que esse passatempo o levasse a competir a nível internacional e a tornar-se profissional daquela modalidade.
A primeira competição que venceu realizou-se no pavilhão desportivo de Almeirim e o prémio foi participar num campeonato internacional em Espanha. A experiência fê-lo entusiasmar-se e começar a encarar o passatempo de outra forma, tendo começado a participar em provas internacionais com regularidade.
José Augusto Sousa nasceu em Azambuja há 45 anos mas viveu na Chamusca até aos nove anos de idade, altura em que se mudou para Vale de Cavalos, no mesmo concelho ribatejano.
Estudou até ao sétimo ano, e, como os recursos financeiros da família não eram muitos, não proseguiu os estudos, tendo ido trabalhar para ajudar nas contas de casa, onde vivia com a mãe. Primeiro foi carpinteiro e depois instalador de sistemas de rega para a agricultura.
Como o trabalho era incerto e havia períodos de desemprego, decidiu emigrar, tendo vivido na Alemanha, em Itália e finalmente em Espanha, onde está há 16 anos. Primeiro residiu em Barcelona e, há cerca de quatro anos, mudou-se para Madrid.
Na capital espanhola trabalhou na área de montagem de cozinhas até que há cerca de um mês assinou contrato com uma equipa para ser profissional na modalidade de setas dedicando-se em exclusivo àquele desporto.
Em Junho deste ano tornou-se o primeiro português a jogar uma final da PDC (Professional Darts Corporation) Pro Tour, perdendo na final com o britânico James Wade, oitavo do ranking mundial.
Na PDC jogam os melhores 128 jogadores do mundo. José Augusto Sousa conseguiu, no início deste ano, o apuramento para participar naquela competição profissional e depois de alguns torneios com boas prestações, entre os quais o Open da Dinamarca, chegou a uma final.
Em Outubro do ano passado já tinha vencido o Open Pro-Mundial Ávila 2018, em Espanha, onde estiveram presentes mais de 500 jogadores de vários países. Com essa vitória qualificou-se para disputar o William Hill World Darts Championship, onde estiveram presentes os melhores jogadores do mundo, que decorreu em Inglaterra, em Dezembro do ano passado.
A participação nos campeonatos de setas já o levou a quase todos os países da Europa e também a Las Vegas, Chicago (Estados Unidos da América), Coreia do Sul, Hong Kong, China e Japão. Para qualquer lado que vá leva as setas consigo. Diz que treino intenso e contínuo e uma grande dedicação são essenciais para atingir bons resultados.

“Tenho saudades da família e de ir às festas das aldeias no Verão”
José Augusto Sousa diz que emigrar foi a melhor decisão que tomou e que em Madrid, onde reside, existe maior qualidade de vida, os ordenados são mais elevados do que em Portugal e não há falta de empregos. No entanto, confessa que sente saudades de Portugal, da família, dos amigos e de percorrer as festas das aldeias, durante o Verão.
Outra coisa que faz em férias é ir à pesca. “Normalmente vou a Portugal duas vezes por ano. Gosto sempre de estar com os meus amigos e aproveito para ir à pesca que é uma actividade de que sempre gostei muito. A pescar consigo relaxar e esquecer o dia-a-dia”, refere a O MIRANTE em entrevista realizada através de e-mail.
A adaptação a Espanha foi fácil e José Augusto diz que as pessoas se respeitam e são afáveis. Confessa que vê poucas notícias mas tenta manter-se informado sobre o que vai acontecendo no seu país através da televisão e da internet. Conheceu a sua companheira em Madrid e regressar a Portugal não está nos seus planos por enquanto. “Num futuro mais longínquo quem sabe se não volto. Por enquanto estou melhor em Espanha.”.

Um imigrante Ribatejano que se tornou jogador de setas

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