Visita ao Parque Ambiental de Santa Margarida acabou no hospital
Mulher caiu em escadas íngremes e sem protecção que dão acesso ao auditório e lavabos da ecoteca. A filha pediu explicações à Câmara de Constância e descobriu que a autarquia não tem seguro de responsabilidade civil que cubra acidentes “por causas naturais”.
Quando Tânia Lopes, acompanhada pela mãe e pela pequena filha de três anos, decidiram passar a tarde de sábado, 21 de Setembro, no Parque Ambiental de Santa Margarida, em Constância, estavam longe de imaginar que o passeio ia acabar mal.
Depois da visita ao espaço que inclui zona arborizada, parque infantil e borboletário tentaram proteger-se na ecoteca da chuva que começava a cair. Nesse espaço onde se encontra informação ambiental, com um espaço de Internet e posto de leitura, estavam também as duas funcionárias do parque de quem a mãe de Tânia, Maria Celeste Cruz, se quis despedir antes de regressar à Chamusca. Com a distracção da despedida falhou o caminho da saída e acabou por cair no fosso das escadas de acesso aos lavabos e ao auditório, mesmo junto ao caminho de saída e sem qualquer protecção ou aviso de perigo.
Celeste Cruz caiu desamparada pelas escadas ficando com hematomas por todo o corpo e com uma hemorragia na cabeça. Os Bombeiros de Constância chegaram rapidamente, mas os dois elementos da corporação não foram suficientes para a retirar do fosso com cerca de 2,5 metros de profundidade. Com um reforço de mais dois homens conseguiram retirá-la e levá-la à urgência do Hospital de Abrantes.
Celeste, de 63 anos, permaneceu no hospital mais de 24 horas tendo feito diversos exames à cabeça e à coluna. Do acidente resultaram duas vértebras partidas no pescoço e um hematoma na cabeça, que, de acordo com Tânia, está a alastrar à vista.
Indignada com o sucedido, a filha pediu explicações junto dos responsáveis pelo espaço. Queria saber se existia algum seguro que ajudasse a cobrir as despesas e também alertar para o perigo que representa aquela escadaria num local frequentado por muitas crianças. O acesso às escadas acabou por ser posteriormente barrado de forma provisória com uma secretária e duas cadeiras.
Seguro não cobre acidentes por causas naturais
O município dispõe de um seguro de responsabilidade civil que cobre os acidentes que surjam nos equipamentos municipais causados directamente pela má conservação ou manutenção dos espaços – “o que não é o caso em análise. A senhora desequilibrou-se por causas naturais e caiu”, refere Sérgio Oliveira, presidente da Câmara de Constância, a O MIRANTE. Questionado sobre a possibilidade de ressarcir de alguma forma a vítima ou a sua filha que ficou de baixa para assistência à família, Sérgio Oliveira não deu qualquer resposta.
Desde que foi inaugurado, em 2001, o Parque Ambiental de Santa Margarida tem registo de três acidentes naquele local. Para evitar mais acidentes o município irá ali colocar um gradeamento amovível.