Caos nos comboios na Póvoa de Santa Iria indigna moradores e autarcas
Nas horas de ponta a confusão é diária na estação de comboios da Póvoa de Santa Iria, uma das mais movimentadas da linha da Azambuja, porque há poucas carruagens e muitas vezes há supressão de horários. Assembleia de freguesia promete pressionar a CP para que o problema seja resolvido.
Condições “miseráveis” e “terceiro-mundistas”. É desta forma que moradores e autarcas da Póvoa de Santa Iria classificam a forma como estão a funcionar os comboios na estação daquela cidade, uma das mais movimentadas da linha da Azambuja.
Numa base quase diária são poucas as composições para dar resposta a toda a procura, que aumentou drasticamente depois da implementação dos novos passes metropolitanos. A isso soma-se a falta de limpeza das carruagens e a sua visível degradação.
Desde o final do Verão até agora a Comboios de Portugal (CP) diz a O MIRANTE já ter recebido seis queixas de passageiros daquela estação, mas não prestou qualquer esclarecimento sobre a falta de carruagens e as queixas sobre a falta de limpeza.
“Vir apanhar o comboio às 07h00 é um problema porque as carruagens enchem entre Vila Franca de Xira e Alverca e quando o comboio chega à Póvoa já vem cheio. Isto nem é bom em termos de segurança. Certamente haverá uma lotação máxima aconselhada e um dia haverá um grave acidente”, alerta Joana Mendes, utente.
O problema está também a preocupar os autarcas da Assembleia de Freguesia da União de Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, alguns deles utilizadores do comboio. Por isso, na última reunião pública daquele órgão afinaram estratégias para se reunir a comissão de trânsito e para pressionar a CP a resolver os problemas ali sentidos.
“A degradação das condições de transporte ferroviário é evidente. As composições suprimidas são o prato do dia. Os comboios cada vez trazem menos carruagens, estão sujos e sem condições de salubridade”, critica David Costa (CDU). O eleito diz mesmo que as condições, em alguns dias, são “miseráveis” e lamenta ver os passageiros a terem de ser “abalroados” para poderem entrar nos comboios.
Também Paulo Barroca, da Coligação Mais, liderada pelo PSD, critica a situação caótica e a “falta de respeito evidente em relação aos utentes” por parte da CP, tendo deixado um apelo a toda a assembleia para que possa unir-se, avaliar a situação e agir em conformidade para ter uma “resposta cabal” da empresa.
Junta vai pedir esclarecimentos
O presidente da junta de freguesia, Jorge Ribeiro (PS), não se alarga em considerações sobre a situação, prometendo apenas questionar a CP sobre o motivo da situação não estar ainda resolvida. O autarca aproveitou para defender a construção de um novo terminal rodoferroviário na cidade, considerando que “já deveria estar construído”. Jorge Ribeiro reconhece que o actual parque de estacionamento fica alagado e inutilizável em boa parte da sua extensão durante o Inverno mas que o município está a acompanhar o problema.