A última reunião do executivo da Câmara de Azambuja teve momentos em que os ânimos aqueceram depois de o presidente do município, Luís de Sousa (PS), ter pedido a um munícipe que não o massacrasse com mais perguntas. António Pires que tem ido a praticamente todas as sessões públicas levantar questões sobre o processo de licenciamento do aterro instalado naquele concelho que, quase nunca vê respondidas, foi ainda aconselhado pelo autarca a fazê-las exclusivamente por escrito.
“Não me massacre mais, isto começa a ser saturante. O senhor repete-se de 15 em 15 dias”, afirmou Luís de Sousa, protagonizando o momento mais tenso da reunião. A resposta não foi bem acolhida pelo vereador da oposição, Rui Corça (PSD), e foi o suficiente para fazer estalar o verniz entre os dois rivais políticos.
“Tenho de censurar a forma como o senhor presidente se dirige” ao munícipe. Não é apropriada para quem vem à câmara colocar questões. Pedia-lhe mais uma vez que tivesse ponderação nas palavras”, criticou Rui Corça.
O presidente do município não conseguiu ficar calado e dirigindo-se ao seu rival político lembrou-o de que não é nenhum “padre” para estar a dar lições de moral. “Falo da forma que entender, sou presidente da câmara e dou as respostas que quero dar. Não me venha dar lições de moral, meta-se no seu trabalho”, avisou Luís de Sousa subindo de tom. A posição do líder do município irritou ainda mais o vereador do PSD, classificando-a como “um atentado à liberdade” e reveladora de falta de “cultura democrática”. “O facto de ser presidente da câmara não o iliba de poder ser censurado por atitudes que acho negativas para a nossa comunidade”, reiterou Rui Corça.