Cristina Branco honrada por receber prémio Carlos Paredes
Prémio instituído pelo município de Vila Franca de Xira foi atribuído este ano, ex-aequo, à cantora de Almeirim e ao compositor e violetista José Valente.
O Prémio Carlos Paredes, instituído pelo município de Vila Franca de Xira, continua a afirmar-se a nível nacional na promoção da música portuguesa e é importante que se mantenha para o futuro enquanto instrumento de apoio aos criadores nacionais. A mensagem foi deixada por Carlos Alberto Moniz, representante da Sociedade Portuguesa de Autores, na cerimónia de entrega do prémio, na noite de 21 de Fevereiro, no Ateneu Artístico Vilafranquense.
Nesta 17ª edição foram vencedores, ex-aequo, a cantora de Almeirim Cristina Branco, com o disco “Branco”, e José Valente, com “Serpente Infinita”. O júri, que deliberou por unanimidade, elogiou a “indiscutível qualidade e originalidade” dos trabalhos vencedores. No caso, “Branco” destacou-se pela combinação do registo vocal da ribatejana Cristina Branco com um texto de qualidade. Sobre “Serpente Infinita” o júri destacou o trabalho de excelência instrumental do compositor e violetista José Valente, que agradeceu o prémio e a sua importância na promoção dos artistas nacionais.
Cristina Branco subiu ao palco para confessar que “não podia ser maior honra” receber um prémio com o nome de Carlos Paredes. “É um prémio com uma importância muito grande para quem faz e quer fazer música em Portugal”, confessou.
O presidente do município, Alberto Mesquita, destacou a forma como o prémio se tem constituído como uma “das iniciativas culturais e artísticas de maior prestígio” no país, que já premiou criadores como Rão Kyao, Carminho, Pedro Caldeira Cabral ou Bernardo Sassetti. Como contrapartida, os vencedores têm de realizar um pequeno concerto na hora de entrega do prémio. O auditório do Ateneu não estava cheio mas bem composto.
“É um privilégio assistir a dois músicos tão talentosos. O que esperamos é que o prémio seja uma motivação acrescida para o vosso trabalho futuro”, anunciou Alberto Mesquita. Apesar deste ter sido um ano em que se verificou um menor número de candidaturas foi também um dos anos em que a qualidade dos trabalhos a concurso mais desafiou o júri.
De Almeirim para o Mundo
Cristina Branco nasceu em Almeirim em 1972 e confessou que apesar de estar hoje a apresentar música mais sofisticada as suas raízes são, “e serão sempre”, o fado. E foi precisamente quando interpretou o fado “Água e Mel” que se ouviram mais aplausos na sala.
Prestes a lançar um novo disco, Cristina Branco tem no seu currículo uma dezena de discos, centenas de espectáculos ao vivo e em 2017 recebeu o prémio de melhor disco da Sociedade Portuguesa de Autores pelo álbum “Menina”. Em Vila Franca de Xira Cristina Branco apresentou-se com Bernardo Couto na guitarra portuguesa, Bernardo Moreira no contrabaixo e Luís Figueiredo no piano.