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Portugal produz apenas um terço do milho que consome
O milho é a principal cultura arvense semeada em Portugal

Portugal produz apenas um terço do milho que consome

Congresso Nacional do Milho reuniu produtores, cientistas, estudantes e responsáveis políticos num debate sobre o papel da agricultura nos grandes desafios da actualidade. Ministra da Agricultura refere que se está a desenhar um aumento de exportações de cereais. Presidente da Anpromis fala da necessidade de importar dois terços do cereal que se consome no país.

No encerramento do 10º Colóquio Nacional do Milho a ministra da Agricultura referiu que apesar de Portugal continuar deficitário na produção de cereais, nos últimos anos começou a desenhar-se uma tendência de incremento de exportações, especialmente de milho e arroz. Para Maria do Céu Albuquerque, a implementação da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais, criada em 2018, está “no bom caminho” para atingir os objectivos de garantir, no espaço de cinco anos, um aumento da taxa de auto-suficiência de 25% para 38%.
“Os números do presente são animadores”, frisou, notando que, em 2018, o valor das exportações de cereais “aumentou muito mais do que as importações com o milho e o arroz a serem os principais protagonistas dos aumentos”. No caso do milho, vincou, nos últimos cinco anos, “as exportações quadruplicaram”, sendo Espanha o seu principal destino, assim como nos restantes cereais exportadores, lançando também um apelo para a diversificação dos países para exportação.
O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), promotora do evento que se realizou em Coimbra a 19 de Fevereiro, referia, um dia antes, em declarações à Lusa, que a produção nacional de milho se mantém estabilizada nas 830 mil toneladas anuais, embora Portugal tenha de importar dois terços do cereal que consome.
Jorge Neves salientou que existe agora uma incógnita, que se prende com o que vai acontecer à produção de alimentos. “As projecções apontam para um crescimento intenso da população mundial até 2050 e há que pensar como alimentar estas pessoas e, ao mesmo tempo, garantir o equilíbrio das condições ambientais do nosso planeta”, sublinhou.
Segundo o dirigente da Anpromis, esta questão pode ser, “ao mesmo tempo, uma oportunidade para a produção de milho em países como Portugal, com pouca expressão na produção, mas que ainda ocupa vastos hectares de milho no território”. O que traz um grande desafio nacional: manter o equilíbrio em termos da distribuição demográfica, ocupação do território e a própria soberania alimentar do país.
O presidente da Anpromis entende que Portugal tem de definir “se pretende continuar a manter uma actividade económica no interior ou se quer concentrar as pessoas todas no litoral a viver como pretensa prestação de serviços e aí o turismo conta mas não chega”.
Marcaram presença no evento mais de seis centenas de participantes, entre produtores, cientistas, estudantes e responsáveis políticos, num debate sobre o papel da agricultura nos grandes desafios da actualidade. Segundo a Anpromis, o milho é a principal cultura arvense semeada em Portugal desempenhando um papel de relevo tanto no abastecimento da indústria agro-alimentar portuguesa como constituindo a base da alimentação do efectivo leiteiro nacional.

Portugal produz apenas um terço do milho que consome

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