Tenho sessenta e três anos. Ao longo da vida fui vendo que os cidadãos, em geral, são mal atendidos em serviços que foram criados para o servir e são pagos por si. Serviços esses para os quais olho agora como tendo como objectivo servir os que lá estão, fornecendo-lhes emprego estável, ordenado razoável e boas regalias.
No domingo, no jornal Público, o sociólogo António Barreto escreve o que eu não conseguiria escrever e por isso o transcrevo aqui. Fazendo uma análise ao nosso “Estado Social” diz que o mesmo poderia ter feito melhor, tanto para criar riqueza como para a distribuir, atribui responsabilidades e remata identificando culpados por esta situação.
“As direitas porque são indiferentes e não estão interessadas na igualdade social. As esquerdas porque são demagógicas e corruptas. Juntas, esquerdas e direitas, porque são incompetentes e pensam exclusivamente no poder político e nos votos. As classes empresariais porque são cúpidas e incultas. Os sindicatos porque realmente só se interessam pelo poder político e pelos seus sócios. A administração pública porque pensa sobretudo nela própria e porque não está pressionada para prestar atenção à questão social. As universidades, porque estão mais interessadas em fazer política do que em estudar a realidade social”.
Mário Eugénio Sequeira Duarte