O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), vai apresentar queixa no Ministério Público (MP), em nome do executivo municipal, contra o empresário Jorge Ferreira Dias pelas ameaças que proferiu na reunião de câmara que decorreu na manhã de terça-feira, 3 de Março. Jorge Ferreira Dias interveio durante o período destinado ao público e falou dos vários processos que tinha contra o município e que perdeu em tribunal, voltando a acusar a autarquia de não ter agido correctamente e feito justiça às suas pretensões.
O empresário falou durante mais tempo do que está previsto para as intervenções do público até que o presidente Manuel Valamatos referiu que o munícipe não poderia continuar e que os assuntos já tinham sido decididos em tribunal. Jorge Ferreira Dias exaltou-se depois do alerta de Manuel Valamatos, deu murros na mesa e ameaçou o executivo de que “mais cedo ou mais tarde explodia com isto tudo”. Valamatos ainda tentou acalmar o empresário mas como não conseguiu pediu que chamassem a polícia. Todo o executivo municipal saiu da sala de reuniões deixando Jorge Ferreira Dias sozinho.
O empresário acabou por sair do espaço de forma tranquila quando chegaram ao local dois agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP), que elaboraram o auto de notícia. Depois de Jorge Ferreira Dias ter saído do edifício, os membros do executivo regressaram à sala e retomaram os trabalhos. Todos os vereadores concordaram que se sentiram ameaçados e que situações destas não podem voltar a acontecer.
No final da reunião, Manuel Valamatos disse a O MIRANTE que esta não é a primeira vez que uma situação destas acontece, envolvendo Jorge Ferreira Dias, e que o executivo municipal não pode estar sujeito a viver sob ameaças.
Em Outubro de 2012 o empresário irrompeu pelo edifício dos paços do concelho provocando distúrbios na sala onde decorria a reunião privada do executivo municipal. O processo foi arquivado pelo MP. A história que fez o empresário ser notícia nacional aconteceu também por essa altura quando tentou invadir o edifício da câmara com cinco burros que levava à corda. Na altura foi demovido de entrar pelo segurança que estava à entrada do edifício.