Anunciado fim da PPP do Hospital Vila Franca de Xira preocupa autarcas
Presidente do município reiterou a sua preocupação com a extinção da parceria público-privada com a José de Mello Saúde, em 2021.
Na quarta-feira, 26 de Fevereiro, uma situação anómala de falta de um médico levou a problemas de atendimento nas urgências do Hospital de Vila Franca de Xira ao final da tarde. O caso levou os bombeiros do concelho a emitirem um apelo nas redes sociais para que a população apenas se deslocasse ao hospital em caso de verdadeira necessidade. O Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) encaminhou para outras unidades hospitalares as situações mais urgentes até perto da meia-noite desse dia.
O caso acabou por motivar reacções políticas devido ao anunciado fim da parceria público-privada (PPP) que gere o hospital em 2021. A PPP entre o Estado e a José de Mello Saúde não foi renovada pelo Governo em 2019 e por isso o presidente do município, Alberto Mesquita, voltou a admitir que a situação pode levar a uma quebra na qualidade dos serviços assim que acabe a actual concessão.
“Vou continuar a defender a PPP do hospital. É um erro o que o Governo fez porque não tenho a certeza se quando o hospital passar para o Serviço Nacional de Saúde a qualidade de serviço se manterá. Logo vemos”, refere.
O autarca falava na última assembleia municipal depois da apresentação de uma posição política da bancada socialista sobre o fim da parceria público-privada, onde Paulo Afonso manifestou a sua “apreensão” com o fim daquela solução de gestão. “As populações dos concelhos que o hospital serve reconhecem a existência de um bom equipamento, bons profissionais e a prestação de um bom serviço público. Com a decisão agora tomada de não renovar a PPP a bancada do PS espera que se mantenha a garantia e salvaguarda de um bom serviço publico às populações”, avisou.
Contra a incoerência de decisões
O presidente do município, Alberto Mesquita, diz-se também espantado e contra a incoerência mostrada pelo governo em matéria das PPP e pede mais seriedade em todo o processo. “Há uma incoerência insanável. Se vão acabar com as PPP porque é que abrem concursos para algumas e acabam com outras? Ou se acaba com todas as PPP ou vão andar de excepção em excepção até ficarmos como estávamos?”, critica.