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Escolas venceram o braço-de-ferro e presidente do Politécnico de Santarém demitiu-se
José Mira Potes (ao centro) demitiu-se e a gestão do IPSantarém fica transitoriamente assegurada pelos seus vices João Moutão (à esquerda) e Nuno Pacheco (à direita)

Escolas venceram o braço-de-ferro e presidente do Politécnico de Santarém demitiu-se

Vice-presidentes asseguram gestão até à realização de novas eleições. José Mira Potes não chegou a completar metade do mandato de quatro anos. Renunciou ao cargo na sequência de divergências com as cinco escolas do instituto.

Quando se candidatou à presidência do Politécnico de Santarém (IPSantarém), na Primavera de 2018, José Mira Potes era então presidente da Escola Superior Agrária de Santarém e apresentou-se como líder de uma candidatura das escolas do instituto, tendo contado com o apoio dos directores de todas as escolas com excepção da Escola de Saúde de Santarém.
Nessa altura, José Potes estaria longe de imaginar que, quase dois anos depois, seriam as mesmas escolas, em nome das quais se candidatou, a tirarem-lhe o tapete e a pedir o seu afastamento. Um desfecho a que se antecipou, apresentando a demissão na reunião do conselho geral de 27 de Fevereiro onde devia ser votada a sua destituição.
A decisão radical resultou da contestação dos directores das cinco escolas do instituto ao plano de ajustamento financeiro que a presidência do IPSantarém vinha negociando com o Governo. Perante as divergências profundas e insanáveis com as direcções das escolas, José Mira Potes entendeu não ter condições para continuar no cargo e pôs o lugar à disposição, considerando ser essa a melhor forma de salvaguardar os interesses da instituição no actual cenário.
A destituição de José Mira Potes foi defendida pelos directores das cinco escolas superiores – Agrária, Desporto, Educação, Gestão e Saúde – que num documento conjunto manifestaram discordância pelo Plano de Ajustamento Orçamental apresentado ao Governo e que previa uma redução de despesa anual de cerca de um milhão de euros.
Para os directores das cinco escolas, o corte impediria a contratação de professores e a normal prossecução do ano lectivo, pelo que, caso o plano fosse aprovado na reunião do conselho geral de 27 de Fevereiro, pediriam a destituição do presidente.
Apesar das divergências, o conselho geral aprovou por unanimidade uma posição onde reconhece “a disponibilidade e a dignidade na defesa da autonomia do instituto, do presidente e da sua equipa, apesar das diferenças estratégicas fortes que possam haver”.

Novas eleições à vista
Esse desfecho abre novo processo eleitoral na instituição. Até haver novo presidente, a gestão do IPSantarém vai ser assegurada pelos dois vice-presidentes, Nuno Bordalo Pacheco e João Moutão.
O conselho geral do IPSantarém voltou a reunir no dia 4 de Março para delinear o processo eleitoral e tomar medidas que permitam, “junto da tutela, garantir que o plano de ajustamento está a ser construído, o que implica necessariamente uma capacidade de todo o meio académico em convergir e ser capaz de fazer um contrato social”, afirmou o presidente do conselho geral Francisco Madelino.

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