Nersant já tem comprador para o pavilhão de feiras, mas o negócio de 2 milhões está a gerar polémica
Nersant já tem comprador para o pavilhão de feiras, mas há um empresário que ofereceu dois milhões e que acusa a direcção de o ter usado para vender a outro interessado por um preço mais barato. A notícia de O MIRANTE online do dia 12 de Julho, onde damos conta da polémica, ainda não teve qualquer repercussão.
Tal como O MIRANTE noticiou no dia 12 de Julho na edição online, a Nersant já tem comprador para o pavilhão de exposições de forma a conseguir tesouraria para fazer face às dificuldades que a actual direcção herdou do mandato de Domingos Chambel.
Ao que apurámos e noticiámos, e não foi desmentido até ao fecho desta edição, um empresário e intermediário de uma multinacional, natural do Entroncamento, interessado na compra do pavilhão, acusa a direcção da Nersant de o usar depois de ter oferecido dois milhões de euros e de, aparentemente, não conseguir fechar negócio por lhe terem dado o dito pelo não dito.
Segundo contou a O MIRANTE, a primeira proposta de compra, depois de um contacto do presidente da Nersant, Pedroso Leal, foi de 1,7 milhões de euros, com a garantia de que a associação poderia usar o auditório e restaurante em condições a combinar. Mais tarde, devido a uma alegada proposta de outro interessado, de que foi informado pelo presidente da Nersant, o intermediário e empresário do Entroncamento, aumentou o valor da compra para dois milhões de euros. Entretanto, ficou a saber que o negócio já não seria feito com ele, mas com outro interessado, embora, segundo lhe disseram, por menos cem mil euros.
O MIRANTE falou com o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, que confirma que foi informado de uma primeira proposta, que terá sido do empresário que falou com O MIRANTE e que se diz “usado”, e que agora há outra, não conseguindo para já avançar com valores, salientando na conversa que a autarquia está empenhada em garantir os 30% que tem no negócio. Ao que apuramos, uma das condições da autarquia é que a venda não impeça a Nersant de continuar a usar o auditório e o restaurante que fazem parte das infraestruturas do pavilhão. Com esta exigência, a câmara municipal parece querer garantir uma certa actividade associativa que a Nersant tem vindo a perder depois de Domingos Chambel ter tomado o poder e ter aberto uma guerra que obriga a Nersant a vender património para não ir ao fundo.
O MIRANTE apurou ainda que o empresário do Entroncamento está ligado a uma empresa da área financeira; por conhecer bem o executivo de Torres Novas tem ligado com insistência para o presidente da câmara por estar desconfiado que foi usado para este negócio, procurando assim informação que nunca mais conseguiu da parte da direcção presidida por Pedroso Leal.
Recorde-se que o pavilhão em causa tem duas hipotecas, uma já muito antiga e outra em nome de Domingos Chambel, que emprestou dinheiro à associação que lhe deu como garantia a hipoteca do imóvel. O contrato do empréstimo já terá expirado mas até à data os associados da Nersant não têm qualquer informação sobre a forma como foi renovado. Domingos Chambel é presidente da Assembleia Geral da associação; como Pedroso Leal foi a sua escolha para o substituir, tem sido chamado com regularidade a ajudar na gestão da associação. Pedroso Leal assumiu a presidência da direcção e também o cargo de director executivo que nestes últimos trinta anos foi sempre desempenhado por um profissional de gestão. António Campos foi o último director executivo, durante os últimos quase trinta anos, tendo saído alegando justa causa, processo que está no tribunal de trabalho e que já teve vários desenvolvimentos, conforme O MIRANTE já deu conta em várias notícias.