Mais uma greve dos enfermeiros para lixar os doentes
Quinta e sexta-feira da semana passada houve greve dos enfermeiros. Falo aqui nos cuidados de saúde que ficaram por prestar a pessoas doentes, frágeis, indefesas, algumas à beira da morte, que ficaram por prestar porque, se é o próprio sindicato que diz que isso acontece no dia a dia, é fácil imaginar a ignomínia num dia de greve com serviços mínimos.
Falo também nas pessoas que após meses e por vezes anos de espera por uma consulta, perderam o tempo e o dinheiro da deslocação, não foram atendidas e agora vão ter que voltar para a lista de espera, algumas das quais sem saberem se estarão vivas quando lhes for marcada nova data.
Uma sindicalista chamada Guadalupe Simões disse a propósito das consultas que os adiamentos estão a acontecer diariamente. Estão sim, senhora sindicalista e ainda mais com dois dias de greve. Como dizia o outro, se isto já está sujo, em vez de limparmos vamos sujar ainda mais.
Se a polícia pudesse fazer greve e a senhora Guadalupe fosse assaltada ou agredida, coisa que eu não lhe desejo, o que é que ela pensaria das greves em sectores sensíveis como a saúde? Tenho quase a certeza que não pensaria o mesmo que eu. Temos maneiras de pensar extremamente diferentes... felizmente para mim!
Só para terminar e porque tenho uma familiar que é enfermeira com contrato no Hospital de Santarém. É uma injustiça pagarem tão pouco aos enfermeiros. Uma autêntica vergonha! E também é uma injustiça nos mesmos serviços haver enfermeiras de primeira e de segunda com direitos diferentes, a começar por umas fazerem 40 horas semanais e outras 35. E não é inconstitucional????
Hernâni Joaquim
Mendes Fagundes