INEM de Santarém presta homenagem às vítimas mortais da queda de helicóptero
Minuto de silêncio em memória dos dois pilotos, da enfermeira e do médico.
A equipa de emergência médica integrada da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Santarém juntou-se na noite de 18 de Dezembro, em frente àquela unidade hospitalar para cumprir um minuto de silêncio em homenagem aos quatro profissionais que perderam a vida na sequência da queda do helicóptero INEM em que seguiam, no passado dia 16 de Dezembro, na zona de Valongo (Porto). A homenagem foi realizada em conjunto por todas as equipas de emergência médica integradas nas VMER do país.
“Trabalhar no pré-hospitalar só mesmo por carolice porque é um serviço perigoso e mal pago”, refere Luís Ferreira, recordando que já passou por vários sustos ao longo dos 14 anos que faz parte da equipa de emergência médica do Hospital de Santarém como médico cirurgião.
“Além de passarmos em várias localidades com maus acessos, sobretudo à noite, também, muitas vezes, as comunicações falham a nível de rádio e de telemóveis. Mas, felizmente, nunca aconteceu nada de grave com a nossa VMER”, admite o médico de 57 anos que reside em Santarém.
Para Luís Ferreira, para além daqueles problemas há ainda o risco de conduzir veículos que por vezes não têm, as condições necessárias ao nível da segurança.
“Ainda há muitas carências para resolver mas o espírito de ajudar o próximo fala-nos sempre mais alto”, confessa, garantindo que o Hospital de Santarém tem oferecido todas as condições necessárias para um bom serviço.
O mesmo confirma Sandra Martins, da coordenação da equipa de emergência na área de enfermagem. A exercer a profissão há 18 anos, diz que o Hospital de Santarém nunca lhes faltou com equipamentos ou materiais hospitalares.
“O problema não está do lado dos estabelecimentos hospitalares que garantem o que necessitamos para actuar na rua. Na minha opinião o problema está mesmo no sistema, transversal à própria VMER”.
Sandra Martins não tem dúvidas que todos os técnicos, quando abraçam a área da emergência pré-hospitalar, estão cientes não só da angústia que vão sentir antes de chegar à pessoa que necessita de ajuda mas também dos riscos associados. Por isso, alerta, é preciso ter-se sempre atenção às condições de segurança antes de qualquer saída.
“À velocidade que circulamos para chegar aos locais a tempo, uma viatura ou uma estrada em más condições são um grave problema pois podemos ter um acidente. E perigo, é maior quando as condições meteorológicas não estão de feição”, refere.
Orgulho da mãe
Maria Cardoso, de oito anos, foi uma das crianças que marcou presença na homenagem realizada pela equipa de emergência pré-hospitalar do Hospital de Santarém. Orgulhosa do trabalho da mãe, Sandra Martins, a menina de oito anos fez questão de vestir o famoso casaco amarelo fluorescente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e mostrar-se solidária com o sentimento de pesar pela morte de quem perdeu a vida a salvar outra. “Não tenho medo quando a minha mãe vai trabalhar porque sei que está a ajudar os outros”, diz Maria, lembrando que é a enfermagem que quer seguir quando for mais crescida.