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“Quem quer ter autoridade para criticar tem que saber elogiar “

O reconhecimento do mérito na óptica de quem esteve na entrega dos prémios.

Na entrada para a cerimónia dos prémios Personalidade do Ano O MIRANTE falou com alguns convidados sobre o mérito e o reconhecimento do mérito. Todos os inquiridos defendem o reconhecimento do mérito de quem tem mérito e dizem que é isso que fazem no seu dia-a-dia. Quanto a Portugal ser um país onde o valor das pessoas é reconhecido as opiniões dividem-se. Desafiados a escolherem alguém com mérito, a quem entregar um prémio, quase todos optaram por alguém da família ou pelo grupo de pessoas com quem trabalha.

Pedro Bastos - Administrador executivo do Hospital CUF Santarém

“A nossa sociedade é pouco exigente em relação a políticos e dirigentes”

Para Pedro Bastos, administrador executivo de Cluster Descobertas José de Mello Saúde/CUF e Hospital CUF Santarém, o mérito não é devidamente reconhecido em Portugal, mas a sociedade também não é muito exigente.
“A meritocracia é algo que devia existir muito mais neste país, mas a sociedade ainda não está devidamente desperta para o assunto. Por outro lado, o nível de exigência da sociedade, relativamente a políticos, empresários e um conjunto de pessoas que estão na sociedade civil devia ser claramente superior”, sublinha.
Questionado sobre a quem atribuíria um prémio de Mérito, escolhe Alfredo da Silva, fundador do Grupo CUF, porque, justifica, “foi capaz de construir um grupo familiar com valores muito significativos que se mantêm até hoje contra tudo e contra todos e, muito à frente da sua época, conseguiu uma evolução extraordinária do ponto de vista industrial”. Uma outra escolha seria a do já falecido empresário Belmiro de Azevedo por quem diz sentir grande admiração.
Pedro Bastos diz que tem por hábito dar a conhecer às pessoas o apreço que tem pelo trabalho que desenvolvem, quando é bem feito, considerando que essa postura é uma necessidade premente na actividade empresarial.

Manuel Vargas – Restaurante Oh Vargas

“A sociedade sabe quem trabalha bem e reconhece-lhe o mérito”

Manuel Vargas, proprietário do restaurante Oh Vargas!, em Santarém, pensa que em Portugal o mérito das pessoas é devidamente reconhecido e premiado. “A sociedade sabe bem quem são as pessoas que trabalham e a quem devem reconhecer o mérito”, afirma.
O empresário escolheria a namorada, Teresa Esteves, se tivesse que atribuir um prémio por mérito a alguém. “É a minha companheira na vida pessoal e profissional. Ela é que me tem ajudado a chegar onde estou hoje”, sublinha.
Manuel Vargas diz que sabe reconhecer o mérito dos seus pares e sempre que frequenta um espaço na área da hotelaria que funciona bem, não vai embora sem deixar um elogio. “Sempre que sou bem recebido e reconheço que o trabalho está bem feito, faço questão de o dizer porque somos todos colegas. E comento sempre o que se passou com os meus funcionários”.

Marco Henriques – Rodoviária do Tejo

“Atribuía um prémio de mérito à minha mulher”

Marco Henriques, da direcção operacional de Santarém da Rodoviária do Tejo, defende que o mérito dos portugueses é reconhecido. “Em Portugal já se vão fazendo algumas iniciativas para promover aquilo que se faz bem e que são os bons exemplos”.
O responsável é peremptório ao referir que se tivesse que atribuir um prémio de mérito e excelência seria à sua mulher, “pelo cuidado que, todos os dias, tem ao tratar da família e com a importância que tem no núcleo familiar”.
Diz que não tem qualquer problema em dizer a alguém que fez um trabalho exemplar, mesmo não conhecendo essa pessoa e dá um exemplo: “Lembro-me de umas férias que passei em Cancun. Um funcionário de um hotel foi extraordinário e, de forma quase heróica, cuidou do bem-estar da minha família durante uma semana. E tive o prazer de lho dizer”.

Filipa Martinho - Administradora Delegada do ISLA Santarém

Valorizar as pessoas e valorizá-las na altura certa

No nosso país o mérito das pessoas é reconhecido em algumas áreas de actividade e cabe a todos nós contribuir para que isso seja feito. Devemos premiar as pessoas quando efectivamente fazem um bom trabalho. Valorizá-las no tempo certo e não quando elas já não estão connosco.
Faço isso várias vezes. Quando reconheço na pessoa uma mais valia, valor e mérito pelo trabalho que desempenhou faço questão de lhe dar os parabéns.
Pessoalmente, se tivesse que dar um prémio a alguém, era ao meu pai. Vejo nele um grande exemplo de trabalho e reconheço-lhe muito mérito.

Anabela Tereso

Anabela Tereso, proprietária Quinta da Atela, Alpiarça

“Por vezes o reconhecimento internacional chega primeiro que o nacional”

A proprietária da Quinta da Atela, em Alpiarça, considera que o mérito é pouco reconhecido e premiado em Portugal. Para Anabela Tereso muitas vezes o reconhecimento internacional chega primeiro que o reconhecimento nacional ou é mesmo o único a chegar. Por causa disso diz que o melhor é trabalhar sem pensar no reconhecimento.
Se tivesse que atribuir um prémio de mérito dava-o ao marido, Vicente. “É a pessoa que todos os dias nos dá muita força e nos incentiva a desenvolver os nossos projectos”, explica.
A empresária diz-se muito grata às pessoas que têm trabalhado consigo e afirma que, a nível geral, gosta de elogiar quando existe dedicação e esforço. “Gosto de elogiar, é importante para continuarmos. Estou no mesmo patamar dos meus colaboradores e vejo-os como pessoas amigas”, conclui.

António Quintela - Gerente da empresa Agostinhos Gás

“Se tivesse que dar um prémio dava-o ao sector da solidariedade social”

António Quintela, gerente da Agostinhos Gás, nota que o mérito começa a ser reconhecido mas acha que esse reconhecimento pode ser maior. “Em bom rigor era bom que fosse mais reconhecido do que é. Ainda assim acho que se tem feito um esforço para o fazer e O MIRANTE é a prova disso mesmo, com a entrega dos prémios Personalidade do Ano”, refere. Acrescenta que gostava que houvesse mais reconhecimento, nomeadamente do trabalho dos empresários.
Se tivesse de atribuir um prémio por mérito a alguém o gestor teria dificuldade em escolher. “Há muita gente que merece prémios de reconhecimento. Eu gostava de fazer antes um elogio a um sector e não a uma pessoa em particular. O sector da área Social merece, para mim, todo o mérito pelo esforço que faz na ajuda aos outros e nem sempre isso é reconhecido. Até pelos apoios que não têm e que deviam ter.”, destaca.

Miguel Santos Silva – Oral Function

“A cunha e o favorecimento continuam muito presentes”

Miguel Santos Silva, proprietário da Clínica Dentária Oral Function, em Santarém, defende que continuamos a ter uma sociedade que não reconhece o mérito e onde continua muito presente a cunha e o favorecimento.
Questionado sobre se tem por hábito elogiar, mesmo que não conheça a pessoa, o dentista refere que sim e sublinha que deveria mesmo ser um hábito diário de toda a gente. “Já o fiz mais que uma vez. Para termos liberdade de criticar temos que também ter momentos de felicitar a pessoa pela dedicação e bom trabalho que faz”. Para Miguel Santos Silva, O MIRANTE, ao atribuir os prémios Personalidade de Ano, está a dinamizar a região e a promover o que ela tem de bom. “Houve uma altura em que, em termos empresariais e económicos, Santarém passou grandes dificuldades, mas O MIRANTE nunca desistiu de organizar iniciativas que ajudassem a dinamizar a região. Se eu atribuísse um prémio de reconhecimento do mérito atribuía-o ao jornal O MIRANTE”.

Eduarda Marques – Directora do Instituto Português do Desporto e Juventude

“Reconhecer o mérito é uma questão cultural”

Eduarda Marques considera que é preciso reconhecer o mérito de quem o merece e por isso confessa que já o fez mesmo a pessoas que não conhecia. “Já o fiz e não apenas nestas funções mas também enquanto professora de Filosofia. Até quando me encontro com alunos que já não via há muitos anos”, conta.
A Directora Regional de Lisboa e Vale do Tejo do Instituto Português do Desporto e Juventude diz que reconhecer o mérito dos outros é uma questão cultural. “O reconhecimento pode nem vir de quem hierarquicamente está acima de nós mas deve existir”, explica.
Se tivesse de dar um prémio de mérito a alguém escolheria premiar os colegas de equipa com quem trabalha todos os dias, incluindo dirigentes de associações juvenis e estudantis que, diz, “fazem muito diariamente”.

Daniel Mota – Administrador do Santarém Hotel

“Reconhecer o trabalho é bom mas premiar é ainda melhor”

Para o administrador do Santarém Hotel o reconhecimento do mérito de alguém ou de alguma entidade ou empresa é gratificante mas deveria ser sublinhado com um prémio.
“Há muita gente que é reconhecida pelo seu trabalho, pelas suas iniciativas, pela sua disponibilidade, mas depois os prémios já é outra conversa. Apesar do reconhecimento em si já ser um bom prémio, premiar esse mérito será sempre um excelente complemento” , explica.
Daniel Mota gostava de atribuir um prémio à empresa para a qual trabalha mas não seria o único prémio que daria. Diz que gosta de reconhecer e elogiar o bom trabalho dos outros, independentemente de ter uma relação de proximidade, e já o fez mais do que uma vez.

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